Correio de Carajás

CÂNCER DE OVÁRIO Infecção por HIV e Aids (IV)

As principais síndromes clínicas, observadas no estágio sintomático da infecção pelo HIV, estão resumidas a seguir.

Gânglios palpáveis em dois ou mais locais extrainguinais que persiste por mais de 3 meses sem outra explicação além da infecção pelo HIV. Muitos pacientes evoluem para progressão da doença. Sintomas constitucionais como febre que persiste por mais de 1 mês, perda de peso involuntária maior que 10% do peso basal, diarreia de mais de 1 mês de duração na ausência de qualquer causa explicável.

Doença neurológica, a mais comum é a doença neurocognitiva associada ao HIV; as outras complicações neurológicas incluem infecções oportunistas como toxoplasmose e meningite criptocococcica, linfoma primário do SNC, sarcoma de Kaposi do Sistema Nervoso Central, meningite asséptica, mielopatia, neuropatia periférica e miopatia.

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Doenças infecciosas secundárias: Os agentes infecciosos secundários comuns incluem P. jiroveci (pneumonia), CMV, Candida albicans (candidíase oral e esofagite), M. avium intracellulare, M. tuberculosis (pulmonar ou disseminado), Cryptococcus neoformans (meningite e doença disseminada), Toxoplasma gondii (encefalite e lesão expansiva intracerebral), HSV (lesões mucocutâneas graves e esofagite), Cryptosporidium ou Isospora belli (diarreia), vírus JC (leucoencefalopatia multifocal progressiva), patógenos bacterianos (pneumonia, rinossinusite, pele).

Neoplasias secundárias: Sarcoma de Kaposi (cutâneo ou visceral, com evolução mais fulminante do que nos pacientes não infectados pelo HIV), linfoma. Pode-se observar uma variedade de síndromes orgânicas, como manifestações primárias da referida infecção ou complicações do tratamento.

Os princípios gerais de tratamento do paciente consistem em aconselhamento, apoio psicossocial e rastreamento para as infecções e outras afecções, exigindo um conhecimento abrangente dos processos mórbidos associados à infecção pelo HIV.

As decisões quanto ao tratamento devem levar em consideração o fato de que se está lidando com uma infecção crônica e que a erradicação completa da infecção pelo HIV não foi alcançada com os esquemas atualmente disponíveis de TARV. Por conseguinte, as decisões terapêuticas consideram o equilíbrio entre riscos e benefícios.

Os profissionais de saúde correm um risco, porém definido, de adquirir a infecção pelo HIV pela exposição a picadas de agulha, exposição de grandes superfícies da mucosa ou exposição de feridas abertas a secreções ou hemoderivados infectados pelo HIV.

O risco de transmissão do HIV após a punção da pele por objeto contaminado com sangue de indivíduo com infecção documentada por HIV é de cerca de 0,3% em comparação com um risco de 20 a 30% de infecção pelo vírus da hepatite B em decorrência de incidente similar.

A prevenção da exposição constitui a melhor estratégia, consistindo em seguir as precauções universais e o manuseio apropriado das agulhas ou outros objetos potencialmente contaminados. A transmissão da TB é outro risco potencial para todos os profissionais de saúde, como os que tratam dos pacientes infectados pelo HIV. Os profissionais de saúde devem conhecer o estado de seu PPD, que deve ser verificado anualmente.

Em relação a VACINAS, um ensaio clínico conduzido na Tailândia demonstrou proteção moderada (31% de efetividade) contra a aquisição de infecção pelo HIV. Porém, esse grau modesto de eficácia não justifica o desenvolvimento da vacina; há uma investigação ativa continuada com o propósito de desenvolver uma vacina segura e efetiva contra o HIV, incluindo o foco na indução de anticorpos amplamente neutralizantes contra o HIV.

A educação, o aconselhamento e a modificação do comportamento, junto com o uso consistente e correto de preservativos em situações de risco, continuam sendo os aspectos essenciais na prevenção do HIV.

É de suma importância evitar o uso compartilhado de agulhas por usuários de drogas IV. Quando possível, a amamentação deve ser evitada por mulheres HIV-positivas, visto que o vírus pode ser transmitido ao lactente por essa via.

* O autor é médico especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.

 

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.