Correio de Carajás

“As pessoas estão precisando de atendimento”, diz dona de casa sobre o Instituto Miguel Chamon

Moradora da Folha 6 reclama da precariedade do serviço público de saúde no bairro/ Fotos: Evangelista Rocha

Os atendimentos médicos vivem atualmente uma infame incoerência. Mesmo tendo cada vez mais profissionais formados anualmente, a saúde pública ainda carece de atendimentos.

Em Marabá, o Instituto Miguel Chamon tem acalentado a população com atendimentos de qualidade e de forma humanizada. Nesta quinta e sexta-feira (17 e 18), as ações acontecem na Folha 6, no Núcleo Nova Marabá.  Por lá, a movimentação foi intensa durante todo o dia e a tarde, já tendo filas formadas para os atendimentos do dia seguinte.

À Reportagem, a dona de casa Rosa Maria da Silva Araújo, 48 anos, conta que a situação na localidade está precária. “Até pra atualizar o cartão do SUS está difícil. Se você for na parte da manhã não fazem, só a tarde. Não importa se você trabalha ou não trabalha. A questão das consultas também está crítica. Tudo muito precário. Muita gente e poucas fichas. As pessoas não estão conseguindo. Eu mesma já fui várias vezes lá com a minha nora e não conseguimos nada”, disse, enquanto apontava para a fila de pessoas que já formavam fila para o atendimento do dia seguinte.

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Para Rosa Maria, toda essa procura é por conta do descaso do poder público em relação a saúde da população.

“Quando chega um projeto desse e você vê muitas pessoas, acaba não entendendo. Mas, é porque as pessoas estão carentes. As pessoas estão precisando de atendimento. A gente é cidadão, paga nossos impostos e temos nossos direitos. Infelizmente esse nosso direito está sendo violado. As pessoas que estão sendo escolhidas, estão ocupando uma cadeira, não estão verdadeiramente exercendo seu papel, e nós cidadão acabamos sofrendo. Uma simples consulta que é algo tão simples, não estamos tendo”, indigna-se.

Moradores já fazem fila para os atendimentos desta sexta-feira, 18

Ela relata que muitas mães voltam dos hospitais e postos de saúde com os filhos ainda doentes. Outras morrem esperando por um atendimento. Para a dona de casa, as pessoas estão desacreditadas.

“A gente não pode perder a esperança de ter um futuro melhor, de que alguém levante e fale ao nosso favor. Amanhã é um novo dia e tudo pode ser diferente e que podemos realmente ter alguém que vai entrar com o coração voltado e com amor pelo próximo. Que vai fazer valer cada voto”.

Feliz da vida, Rosa Maria comemorou ter passado com o médico oftalmologista e elogiou o rápido atendimento. Segundo ela, em menos de 30 minutos ela já havia conseguido consultar.

“Tudo com alta tecnologia. Foi rapidinho. Consultei e já escolhi meus óculos”.

Os atendimentos do Instituto Miguel Chamon continuam nesta sexta-feira, 17, na Folha 6, próximo à Escola Albertina Sandra Moreira. (Ana Mangas)