Correio de Carajás

Acadêmicos de medicina da Uepa cobram vacinação em Marabá

Plano Nacional recomenda que a categoria seja incluída na imunização, mas a a PMM justifica que a Sespa não enviou vacinas para este público

: Os acadêmicos Lucas Lima, Cleber Bezerra e Douglas Rodrigues procuraram o Correio de Carajás para reclamar da situação / Foto: Evangelista Rocha

Acadêmicos do curso de Medicina da Uepa (Universidade do Estado do Pará) – Campus de Marabá – continuam reivindicando o direito de serem vacinados contra a covid-19. Eles alegam que muitos estudantes estão atuando na linha de frente – seja como estagiários ou na etapa de internato – atendendo a pacientes com sintomas gripais e em ambientes onde há casos confirmados da doença.

De acordo com o Plano Nacional de Vacinação Contra a Covid-19, os “acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde em estágio hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios” estão incluídos nos grupos prioritários que devem ser imunizados.

Desde o mês de abril, os acadêmicos solicitam, por meio de ofício, à Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sespa) que siga o Plano Nacional e os inclua na Campanha de Vacinação.

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No entanto, o órgão comunicou que a responsabilidade de organizar a imunização é das Prefeituras Municipais, por meio de suas secretarias de saúde, conforme explica Lucas Lima, presidente do Centro Acadêmico de Medicina de Marabá (CAMMAB). “Outros municípios, como Santarém, Altamira e até Belém, já incluíram os estudantes na vacinação, depois que os campi dessas cidades enviaram ofícios cobrando”, acrescenta.

No dia 14 de abril, o CAMMAB se reuniu com o secretário municipal de saúde, Valmir Moura, para tratar essa questão, porém, ele informou que seria necessário aguardar a Prefeitura dar cumprimento a uma recomendação do Ministério Público Estadual, que pedia prioridade na vacinação dos idosos.

“Ele disse que até o final de abril já teriam cumprido a recomendação do MP e em seguida poderiam nos incluir na campanha. Porém, depois disso, nada foi feito”, conta Lucas, complementando que o ofício mais recente foi enviado há duas semanas e não foi respondido.

Os estudantes estão atuando em diversos órgãos municipais de saúde como: Hospital Municipal, Hospital Materno Infantil, Centro de Especialidades Integradas, no Centro de Referências de Saúde da Mulher, no Hospital Regional do Sudeste do Pará, e nas Unidades Básicas de Saúde.

Em uma reportagem do G1 sobre o caso, a Prefeitura de Marabá informou que “o protocolo de vacinação é entregue pela Sespa para os grupos específicos, não podendo o município redirecionar, sem autorização, esta demanda já determinada”, e que “atenderá a demanda desde que a Sespa envie as doses para este grupo”.

Um fato inquietante comentado por Lucas e os demais estudantes, é que há acadêmicos de outras instituições e cursos que atuam dentro da Secretaria de Saúde que foram vacinados. “Ouvimos esses boatos de colegas da área. Então, por que não liberar a vacina para os demais?”, indaga o acadêmico.

Atualmente, o município está vacinando professores do ensino fundamental, médio, profissionalizante e superior, a partir de 35 anos; os trabalhadores da educação com mais de 50 anos; e os trabalhadores de transporte coletivo rodoviário urbano, motoristas e cobradores, com mais de 50 anos.

Sobre o assunto, a Prefeitura de Marabá emitiu a seguinte nota:

O protocolo de vacinação, bem como as demandas que são enviadas para o município, são entregues pela SESPA e vêm de forma determinada para os grupos específicos, não podendo o município redirecionar sem autorização esta demanda já determinada. Vale ressaltar que a cidade já vacinou profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, assim como toda equipe de linha de frente e trabalhadores da saúde como assistentes sociais, etc. Estas doses vieram de forma determinada pelo Estado para este público específico.

A Secretaria de Saúde do Município está pronta para atender a esta demanda, desde de que o Governo do Estado e a Secretaria de Saúde Estadual nos envie as doses assim determinadas para este público.

O Correio de Carajás procurou a Sespa e solicitou posicionamento, porém, até as 17h20, não obtivemos retorno. (Zeus Bandeira)