A manhã deste sábado (24) será marcada por um ato inédito organizado por diversas entidades de defesa dos direitos da mulher em Marabá. A marcha das mulheres contra a violência no ambiente de trabalho acontece a partir das 7h no centro comercial da Marabá Pioneira. A expectativa de público para o protesto, que requer a assistência a mulheres vítimas de violência laboral, é alta.
Cristiane Gomes, Luciana Ferreira da Conceição e Wal Oliveira estiveram na sede do Grupo Correio de Comunicação para convidar o público a aderir ao manifesto. Elas são organizadoras da primeira marcha com essa temática e aguardam a presença de muitas mulheres e simpatizantes da causa de combate à violência.
Para Cristiane, que se tornou símbolo da luta pelas mulheres depois de sofrer violência no local de trabalho, nem sempre o cliente tem razão. “Há uma máxima popular que diz que o cliente sempre tem razão. Não é bem assim. O cliente só tem razão quando respeita o trabalhador que o serve”, penhora ela.
Leia mais:Mesmo ainda abalada psicologicamente, a organizadora faz questão de participar ativamente do processo de mobilização de mulheres para o protesto. “Eu tive muitas crises. Ainda vivo um momento muito delicado da minha vida depois do que eu sofri. Fui a primeira mulher a não se calar. Diga não à violência contra a mulher no ambiente de trabalho”, protesta Cristiane.
Já Luciana é mais enfática. Na linha de frente, com o microfone na mão, ela promete fazer barulho para conscientizar a população do seu dever de denunciar a violência laboral. “É necessário lutar pelo direito das mulheres. Não há vitória sem sacrifício. Quantas colegas de trabalho serão submetidas ao mal da violência sem que a sociedade se manifeste?”, questiona.
De acordo com a organizadora, a legislação em vigor que trata da matéria só alcança a violência cometida contra a mulher no âmbito doméstico, por meio da Lei Maria da Penha. “Precisamos de dispositivos legais que possam coibir a desenfreada violência que muitas mulheres sofrem no trabalho. Não calaremos”, promete Luciana.
Wal, por seu lado, destaca a importância do ato marcado para a manhã de sábado. “O objetivo da caminhada é despertar os nossos colegas de trabalho e a população de maneira difusa. É um movimento novo. Contamos com o apoio de diversas organizações não governamentais”, relata ela.
No domingo (25), a partir das 16h, a ação continua na Praça São Félix de Valois, com palestras sobre cuidados com a saúde, distribuição de brindes e música ao vivo. A cantora Wânia Alves e o Mestre Zequinha abrilhantarão o evento alusivo à campanha Outubro Rosa. A iniciativa tem apoio do Instituto Cultural Hozana Lopes de Abreu. (Da Redação)