Uma das principais tendências globais deste ano, levando em consideração a mudança de comportamento do consumidor em todo o mundo, o conceito de “consumo consciente” tem influenciado os hábitos de milhares de pessoas, especialmente nos grandes centros. O conceito de “desperdício zero” também tem se popularizado, em convergência com o novo jeito de agir dos consumidores.
Uma recente pesquisa, divulgada pela Euromonitor International, apontando as dez tendências globais de consumo, corrobora este novo perfil. Alguns pontos observados no estudo mostram que cada vez mais o público busca por produtos diferenciados e por experiências autênticas, capazes de expressar a individualidade do seu comprador. Além disso, iniciativas e movimentos sustentáveis, que apresentem a preocupação com o meio ambiente e com o planeta, ficaram ainda mais fortes em 2018.
Juntamente com o conceito de consumo consciente, os pontos que completam as dez tendências mostradas na pesquisa foram: pessoas mais velhas querem se sentir e agir como mais novas; valorização do produto local e artesanal; facilidade de acesso às tecnologias; poder da informação nas mãos do consumidor; reconhecimento e apreciação em estar sozinho e se autoconhecer; versatilidade para resolver problemas; consumidores mais atentos ao desperdício; busca por soluções rápidas, práticas e eficazes e estilo de vida de solteiro em alta.
Leia mais:Cada vez mais se observa um movimento de controle de consumo, seja na moda, na alimentação, nos cosméticos e até mesmo na rotina. A simplicidade tem sido o principal orientador dos hábitos modernos de consumo, evitando o materialismo e consumismo, em uma referência ao que é simples, genuíno e único. O consumo cai em volume e cresce em qualidade, já que com o desejo crescente de diminuir o desperdício, é vital que os produtos de mercado tenham durabilidade e utilização perene.
Desperdício zero: o método da francesa Bea Johnson
Uma família de classe média alta da Califórnia, nos Estados Unidos, foi capaz de reduzir a quase zero a quantidade de lixo produzido em um ano na casa. A ideia partiu da mãe, a francesa Bea Johnson. Bea teve de usar a criatividade para fundamentar os princípios básicos da ideia: recusar, reduzir, reutilizar, reciclar e compostar.
A atitude mais radical foi a mudança da família para uma casa menor. Para caber dentro dela, a família precisou se livrar de muitos objetos. Bea também precisou ser muito criativa para encontrar alternativas de desperdício zero.
Com esta técnica, não é apenas o ambiente que sai ganhando; de acordo com Bea, o estilo de vida traz vantagens para a saúde, além de poupar tempo e dinheiro. Para a família Johnson, especificamente, isso representou uma redução de 40% nos gastos mensais. Há mais benefícios a serem contabilizados – a qualidade de vida melhora porque torna a vida mais rica, baseada em experiências ao invés de coisas.
Tal método nos faz imaginar como seria uma vida em que a sociedade civil deixasse de se concentrar em “ter” para focar em “ser”. Pode parecer utopia, mas a iniciativa resultou em um livro e em diversas palestras pelo mundo para Bea. A missão atual da família Johnson é incentivar cada vez mais famílias a tentarem o mesmo.
Slow fashion: o consumo consciente aplicado à moda
Um estudo da revista Environmental Health, publicado em dezembro de 2018, apontou que aproximadamente 85% do vestuário consumido nos Estados Unidos são enviados para aterros sanitários como resíduos sólidos. Mesmo sendo um mercado que fatura 1,2 trilhão de dólares por ano – ou algo em torno de R$ 4,8 trilhões – o impacto ambiental da indústria da moda preocupa: trata-se da segunda vertente produtiva que mais polui o meio ambiente, perdendo apenas para a do petróleo.
Por isso, em oposição ao difundido conceito de fast fashion, que prioriza a venda de produtos baratos, de qualidade inferior e que chegam rapidamente ao varejo, um novo termo passa a integrar o vocabulário da moda. Batizado de “slow fashion”, seu objetivo é desacelerar o consumo de produtos de vestuário em todo o mundo. Neste conceito, pelo lado bom, as mercadorias devem ter mais qualidade e durabilidade. Já a maior desvantagem é o preço maior, que pode desagradar o consumidor.
Para os clientes da indústria da moda que querem adaptar o guarda-roupa a este movimento, existem cinco estratégias que facilitam o consumo consciente. Primeiramente, é importante valorizar a imaginação e a criatividade na hora de compor seus looks, como testar novas combinações e variar o uso das peças que você já tem. Na hora de comprar, é bom fazer perguntas a si mesmo, como “tenho outras peças parecidas?” ou “quantas vezes vou usá-la realmente?”.
Caso seja inevitável fazer alguma aquisição, dê preferência a brechós e lojas de segunda mão. Finalmente, aproveite as oportunidades em que puder pegar roupas emprestadas. Em formaturas e casamentos, por exemplo, ocasiões mais formais em que evitamos repetir looks marcantes, peça para seu círculo de amigos e familiares se podem te emprestar algo especialmente para o evento. (Artigo Enviado/Agência Emarket )