Correio de Carajás

Brumadinho: Movimentos sociais em Marabá organizam ação solidária

Está agendada para as 18 horas desta terça-feira (26) uma reunião com objetivo de construir um ato de solidariedade e denúncia sobre o crime ambiental de Brumadinho (MG), cuja barragem de rejeitos da Mineradora Vale rompeu causando até o momento 65 mortes e 279 pessoas desaparecidas, além do prejuízo ambiental incalculável. A reunião acontecerá no Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), na Folha 31 (Nova Marabá).

A iniciativa é dos militantes do Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Brigadas Populares e Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP).

O engenheiro agrônomo e cientista social Raimundo Gomes da Cruz Neto, o Raimundinho, do Cepasp, convida a comunidade local a participar da iniciativa: “Diante da tragédia que ocorreu em Brumadinho, pela falta de cuidado com a vida dos trabalhadores e para como a segurança de toda a sociedade, nós aqui de Marabá queremos convidar a todos e todas para uma reunião hoje para discutirmos o que fazer diante dessa situação e como prestar solidariedade a todas e a todos os atingidos por essa tragédia”.

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PERIGO

Um levantamento feito pela ONG Brigadas Populares chama de “tragédias anunciadas e monitoradas” as barragens de rejeitos dos projetos Salobo, no município de Marabá, e Sossego, em Canaã dos Carajás. Conforme o estudo, caso aconteça um rompimento dessas barragens, os danos ao meio biótico serão os maiores, porque elas acumulam uma grande quantidade de substâncias tóxicas com possibilidade de se alastrar, por rios e igarapés que compõem a bacia do rio Itacaiúnas.

“No caso da barragem de rejeitos do projeto Sossego que opera desde o ano de 2004, calculamos que haja um acúmulo de no mínimo 200 milhões m³ de lama tóxica”, diz o relatório.

No Pará, um grupo de trabalho foi criado pelo governo do Estado na última segunda-feira (28) para fazer um levantamento sobre a situação das barragens de mineração. O que se sabe é que, das 64 barragens, no Pará, cadastradas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), 18 são consideradas de potencial dano, que pode ser humano, social ou ambiental. Além disso, existem 27 barragens que não estão incluídas no PNSB. (Chagas Filho)