Correio de Carajás

Do Águia ao Cruzeiro: os voos de L. Fernando

O menino baixinho e franzino que jogava descalço e sem camisa na Rua Cuiabá, bairro Belo Horizonte, até os 15 anos de idade, aprendeu desde cedo como superar desafios com a bola e sem ela.Mas Luiz Fernando Macedo dos Santos começou a jogar mesmo com sua turma em um campinho improvisado em um terreno baldio na mesma rua.

Hoje, atleta do Cruzeiro de Belo Horizonte, só joga de chuteiras, veste uma camisa bem conhecida dos torcedores,mas continua defendendo a importância de as crianças curtirem a infância jogando futebol, empinando pipa ou alguma outra brincadeira que estimule a sociabilidade.

Luiz, como é chamado no seio familiar, recebeu a Reportagem do CORREIO na casa dos pais Luiz Otávio Alves e Deusa Macedo, onde veio passar as férias, após disputar o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão pelo Criciúma, de Santa Catarina.

Leia mais:

Ele relembra que, aos 16 anos, antes mesmo de defender o Águia, foi fazer um teste no time do Coritiba, mas acabou se decepcionando porque as pessoas que o levaram não cumpriram o que prometeram. “Passei um mês lá e meu pai achou melhor que eu voltasse e disseque falaria com o Galvão para um teste. Meu tio Ney intermediou a conversa e fui convidado a treinar a partir do dia seguinte. A partir daí, tudo deu certo”, recorda.

A paciência foi necessária nesta fase. Mesmo a participação em treinos coletivos aconteceu aos poucos. Depois,foi sendo encaixado em jogos oficiais até virar titular.

A diretoria e olheiros de fora logo reconheceram naquele baixinho de 1,69 metro um talento diferenciado para o futebol como meia esquerda. Com isso, foi emprestado para o Campinense-PB, em 2015, onde jogou o Campeonato Estadual, Copa do Nordeste e Copa do Brasil. “Lá,passei a enxergar o futebol de outro jeito, fui campeão paraibano, peguei experiência, e fui comprado pelo Cruzeiro no mesmo ano”, explica.

Luiz treinou no time profissional da Raposa, mas não chegou a jogar nenhuma partida, tendo sido emprestado ao Mirassol, onde disputou o Campeonato Paulista e ficou até o primeiro semestre de 2017, disputando 25 jogos e marcando um gol. Mas sua carreira teve um hiato de oito meses por causa de um lesão no joelho. Ele rompeu o ligamento e voltou ao Cruzeiro, onde recuperou-se para voltar a jogar.

Depois que voltou ao Mirassol, estava receoso de voltar a machucar o joelho e não fez boas partida. Com isso, foi emprestado ao Guarani, na Série B, onde fez um bom campeonato e balançou as redes duas vezes em 19 partidas. “Ajudei o time a permanecer na Série B.

Neste ano de 2018, foi emprestado ao Criciúma, que disputava a Série B. “A expectativa é que em 2019 eu consiga pegar um time melhor, mais encaixado, para que possa conquistar títulos”.

E para não perder o ritmo, participa de “peladas” com amigos e parentes – inclusive o pai Luiz Otávio e o irmão Felipe Lincoln – em vários campos de Marabá.

Embora não fale abertamente sobre seu futuro, site de Portugal anunciou recentemente que Luiz Fernando é sondado por Benfica e outro clube da Arábia Saudita, cujo nome não foi revelado. “Quero jogar mais no Sul e Sudeste do Brasil, mas não descarto atuar em algum clube do exterior”, argumenta.

Embora seja meia de origem, Luiz atuou em várias ocasiões pelo Águia como lateral esquerda, função que chegou a ocupar também no Mirassol. No Criciúma, atuou de meia e até de volante. “Agente precisa ser coringa, dar opções para o treinador e mostrar o nosso valor ao mesmo tempo”, observa. (Da Redação)