Após descumprir a decisão judicial de liberar o veículo do distribuidor de água Robson Mariano Farias, a empresa terceirizada Puma volta atrás e decide acatar a ordem da Justiça de soltar o caminhão, sob pena de pagar multa diária de R$ 500.
Foram 36 dias de idas e vindas ao DMTU (Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano) em que o motorista e distribuidor de água não tinha conseguido seu único meio de sobrevivência de volta, mesmo depois da juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, titular da 3ª Vara Cível e Empresarial, ter ordenado o resgate do veículo na última sexta-feira (30).
A empresa Puma, terceirizada que toma conta dos bens apreendidos pelo órgão municipal de fiscalização do trânsito de Marabá, não havia permitido que o veículo fosse retirado do pátio que fica localizado na Avenida Sororó, Bairro Liberdade, Núcleo Cidade Nova.
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Abordado na edição anterior do Jornal Correio, o caso do motorista e distribuidor de água Robson foi amplamente repercutido, principalmente pelas pessoas que assinaram o seu abaixo-assinado e fizeram questão de acompanhar o caso.
No dia 26 do mês de outubro, Robson teve seu caminhão guinchado por conta do licenciamento atrasado. A remoção aconteceu em uma das fiscalizações feitas pelo DMTU na rotatória da Praça da Criança, entre as Folhas 17, 18, 20 e 29, na Nova Marabá.
“O agente constatou que tava com o licenciamento atrasado, enfim, pedi muito encarecidamente ‘rapaz dá uma multa, mas não leva pro pátio não, é a nossa fonte de renda, nós não temos condições de tirar esse caminhão de lá’. A gente sabe que quando um veículo vai pra lá, pra tirar é quase o valor do carro e ele disse que não tinha mais jeito, que qualquer coisa era pra eu procurar os meus direitos. E assim eu fiz”, relata.
Após o ocorrido, o distribuidor de água procurou regularizar os documentos do seu veículo. Ele pagou parcela única, no dia 11 de novembro, no valor de RS 1.256,06, incluindo licenciamento, IPVA e outros impostos e multas. Porém, mesmo com todas as contas em dia, o veículo não foi liberado.
Segundo Robson, a empresa Puma alegou que o caminhão continuaria apreendido por conta das taxas de guincho e diárias referentes aos valores que são cobrados pela terceirizada. Robson reside na Nova Marabá, tem dois filhos e ressalta que as taxas de guincho e diárias cobradas pela prefeitura são abusivas em relação a outros municípios. “A pessoa tem um bem, passa a vida toda pra conseguir uma moto ou um carro, nem estão mais multando, estão mandando direto pro pátio e lá é RS 140 a diária do caminhão e RS 500 o guincho, pra não parar o meu trabalho, eu tô pagando frete todo dia”, revelou.
O motorista conseguiu retirar o veículo às 9 horas da manhã deste sábado (1º), após funcionários da empresa entrarem em contato avisando que o caminhão estava liberado desde a noite do dia anterior.
Segundo Robson, a maioria das pessoas próximas a ele, não acreditavam que ele conseguiria seu veículo de volta e o davam como causa perdida. “99% das pessoas não acreditavam que a gente ia conseguir e agora, graças a Deus, deu tudo certo” revelou.
O caminhão já voltou a sua rotina normal de entrega de galões de água nesta segunda-feira (3), depois de passar por alguns reparos. (Adriana Oliveira)