Embora estivesse sendo investigado por suposta fraude no ENEM, o jovem marabaense Andre Ataíde, estudante de medicina na UEPA, acabou sendo preso nesta sexta-feira, 29, em Belém, por outros crimes.
A Polícia Federal prendeu, no início da tarde desta sexta-feira (29/3), em Belém, o suspeito de ter feito provas do Enem no lugar de pelo menos outras duas pessoas. A prisão faz parte da operação Passe Livre, deflagrada dia 16 de fevereiro deste ano, em Marabá.
Em nota divulgada para a Imprensa alguns minutos depois de o CORREIO DO CARAJÁS publicar com exclusividade a prisão, a Polícia Federal informou que André Ataíde estava na casa de parentes na capital paraense quando foi capturado, às 14h30, dando cumprimento ao mandado de prisão preventiva por falsidade ideológica e uso de documento falso, além de estelionato com causa de aumento de pena (por ter sido praticado contra autarquia).
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A Polícia Federal esteve na casa de André, na Folha 27, Nova Marabá, na quarta-feira, 27, sendo informada que os parentes sabiam que a qualquer momento ele seria preso, por conta do que havia no celular dele. Para evitar a prisão, o suspeito foi levado de Marabá a Belém, para se esconder em casa de familiares.
O caso – Na deflagração da operação, em fevereiro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso.
O alvo de hoje é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no Enem (para curso de medicina), se passando por outras duas pessoas.
Com base na nota no Enem conseguida através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova.
A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos.
Durante a análise dos materiais apreendidos foram localizados diversos outros crimes como realização de inúmeras provas de vestibulares de medicina de faculdades particulares, falsificação de documentos como RG’s, cartões do SUS, atestados médicos, receitas médicas, produção de cena de sexo explicito com adolescente, etc. Os crimes que não guardam conexão com crimes federais foram descobertos fortuitamente durante a análise de parte dos materiais apreendidos.
As investigações seguem em andamento, também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso.
Se confirmada a hipótese criminal os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros.