Denomina-se unha encravada quando a margem ungueal irrita e penetra os tecidos vizinhos, em que há lesão da pele nas dobras laterais, com instalação de infecção crônica e formação de tecido de granulação. A esse quadro, que pode estar presente total ou parcialmente, denomina-se unha encravada. Essa afecção se verifica mais comumente no hálux.
A maioria dos autores concorda que o corte inadequado das unhas e/ou o uso de sapatos apertados, saltos altos são os fatores etiológicos mais importantes. Naturalmente, essas causas terão de ser removidas para se obter bom resultado no tratamento e evitar recidivas.
Já nos casos de onicogrifose as unhas afetadas tornam-se irregulares, espessadas e curvas. É mais frequente nos dedos dos pés, principalmente no hálux. Nas mãos, essa doença é pouco observada. Acomete geralmente idosos e tende a piorar com a idade.
Leia mais:Está associada a trauma local ou surge secundariamente ao desenvolvimento de exostose subungueal ou devido à hiperextensão crônica do hálux. A placa ungueal curva-se e perde a orientação para o crescimento. Isto resulta em crescimento divergente para um lado. Essas unhas são espessas e duras, e é muito difícil cortá-las.
O tratamento consiste na retirada da unha e aplicação de fenol por 3 min na matriz e no leito ungueal. O fenol é utilizado para a destruição do epitélio germinativo da matriz ungueal porque a incidência de recidiva é extremamente alta. Ele destrói a matriz e as terminações nervosas locais, levando a melhora importante da dor, além de eliminar os microrganismos aí localizados.
Enquanto a unha em pinça ocorre uma distrofia caracterizada por exacerbação da curvatura transversal das unhas, onde adquirem conformação tubular. O aumento da curvatura transversal é progressivo ao longo do eixo longitudinal, e alcança sua maior proporção na ponta da unha.
Neste local, as bordas laterais pinçam, aprisionam e comprimem o leito ungueal como as garras de uma pinça, sem necessariamente haver ruptura da epiderme. Eventualmente o tecido mole pode até mesmo desaparecer, às vezes com reabsorção óssea subjacente.
Na maioria das vezes, a dor é moderada, mas, em alguns casos, pode ser intensa. Geralmente é provocada pela pressão. Essa deformação idiopática e dolorosa acomete preferencialmente adultos, sobretudo mulheres. As alterações ocorrem com mais frequência nas unhas do hálux do idoso e podem estar associadas a deformidades dos pés.
Se congênita, geralmente acomete todas as unhas. Pode também ser secundária à exostose subungueal ou à osteoartrite inflamatória, como também a algumas doenças dermatológicas, especialmente psoríase.
No hematoma subungueal ocorre uma contusão na extremidade do dedo, provocada, entre outros, por compressão violenta decorrente de martelada, fechamento de porta, queda de objeto pesado ou engrenagem de máquina, pode produzir hematoma subungueal.
Essa lesão é extremamente dolorosa, pois o tecido é fortemente comprimido pelo sangue extravasado que se acha entre duas estruturas rígidas: a unha e a falange distal. A grande maioria dos pacientes procura atendimento médico motivados pela dor, para a qual se consegue rápido alívio ao se descomprimir o espaço subungueal.
Uma técnica simples e pouco traumática de drenar o hematoma consiste em perfurar a unha sobre ele, com agulha descartável de calibre fino (25 x7 ou 25 × 8) fazendo-se movimentos de rotação. Após a drenagem, faz-se curativo compressivo e enfaixa-se a mão em posição anatômica, com o uso de tipoia alta por, pelo menos, 24 horas. O estudo radiográfico é recomendado em todos os casos, pois pode haver associação com fratura da falange distal.
No trauma UNGUEAL, os fragmentos da unha aderentes ao leito ungueal devem ser conservados. Na avulsão parcial traumática da unha, após anestesia por bloqueio regional e limpeza cuidadosa, recoloca-se a unha sobre o leito ungueal por meio de três pontos em U com fio de mononáilon 5-0.
Nos casos de ferimentos cortantes envolvendo a unha, a sutura na própria unha mantém os fragmentos no lugar. Em todos os casos, o cirurgião deve fazer o possível para conservar a unha.
* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.