Correio de Carajás

Nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá, vai custar R$ 3,9 bilhões

Projeto busca aumentar a capacidade da Estrada de Ferro Carajás, por onde é escoada toda a produção de minério da empresa no Norte do País

A mineradora Vale aprovou a construção da nova ponte ferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá, em um projeto previsto para ter início em 2023 e entrega em 2027, com investimento total de US$ 830 milhões (aproximadamente R$ 3,9 bilhões em valores atuais). As informações estão no relatório 20F, enviado pela mineradora à Securities and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos.

De acordo com o documento, o projeto foi aprovado em março de 2022 e vai aumentar a capacidade da Estrada de Ferro Carajás (EFC), melhorando o fluxo de tráfego ferroviário e mitigando riscos de negócios.

O projeto inclui uma segunda ponte rodoviária para tráfego de veículos, que reforçará a ligação entre o Sudeste do Estado do Pará e o litoral norte brasileiro.

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“A única ponte atual faz parte da ferrovia EFC, por onde escoamos toda a nossa produção de minério de ferro do Sistema Norte, bem como o concentrado de cobre produzido no Estado do Pará”, explica a empresa no documento

PLANTA TECNORED

A mineradora também anuncia ter iniciado em abril de 2022 as obras da primeira fábrica comercial da Tecnored em Marabá. “A Tecnored é uma subsidiária 100% Vale focada no desenvolvimento de um processo de ferro-gusa de baixo carbono através de fontes de energia, como biomassa, gás de síntese e hidrogênio, que emitem menos CO2 que os processos tradicionais de fabricação de ferro gusta, como o carvão e o coque. A planta terá inicialmente uma capacidade de produção de 250 mil toneladas por ano de ferro-gusa verde e poderá chegar a 500 mil toneladas por ano no futuro. O start-up está previsto para 2025 com um investimento estimado de aproximadamente US$ 374 milhões”, diz o documento.

MINÉRIO DE FERRO

No relatório arquivado na noite de 14 de abril, a Vale também registrou queda de 13,5% em suas reservas totais de minério de ferro em 2021, atingindo um volume de 12,495 bilhões de toneladas. No ano anterior, somavam 14,423 bilhões de toneladas.

Esse volume, que inclui as reservas provadas e prováveis, está em queda desde 2017.

Do volume total de reservas no fim de 2021, as reservas provadas, para as quais todas as licenças ambientais foram obtidas, representavam 3,86 bilhões de toneladas. As reservas prováveis, que têm o processo de licenciamento em andamento, somaram 8,636 bilhões de toneladas no fim do ano passado. O Sistema Norte da Vale, que inclui Carajás, responde praticamente por metade das reservas totais, com 49%.

“Variações nas reservas de minério de ferro de 2020 para 2021 refletem principalmente o esgotamento resultante da produção mineral nas minas em operação (correspondente a aproximadamente 414 milhões de toneladas), downgrades (quedas) resultantes da revisão estratégica de projetos de longo prazo e outros pressupostos de fatores modificados (geotécnicos, mercado e processamento)”, informa o documento.

Segunda maior produtora global de minério de ferro, a Vale detalha ainda as principais mudanças ocorridas em suas reservas. No Sistema Sudeste, as reservas foram reduzidas de 4,3 bilhões de toneladas para 2,7 bilhões de toneladas, redução de 36,7%. A mudança reflete principalmente a revisão de um projeto de processar itabiritos de baixo teor das operações de Mariana para refletir novas soluções técnicas da empresa.

No Sistema Norte, as reservas minerais do S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará, foram reduzidas em 157 milhões de toneladas por causa da incorporação de novas informações geológicas e esgotamento, correspondendo a 3,5% das reservas minerais da Serra Sul.

As reservas minerais da Serra Norte tiveram redução de 127 milhões de toneladas por causa do esgotamento, correspondendo a 7,4% do mineral. (Da Redação)