Na manhã desta quinta-feira, dia 14, a Fundação Casa da Cultura de Marabá reinaugura o Arquivo Histórico Manoel Domingues. O acervo conta com documentos raros, fotos, discos, objetos, cartas, mapas e coleções.
Com o objetivo de preservar a memória regional e traçar um perfil histórico de Marabá e região, a equipe do Arquivo Histórico reformulou todo o espaço, que agora conta com uma mesa interativa, facilitando o acesso das informações através da organização dos documentos digitalizados.
O trabalho realizado pela FCCM possui referência nacional e internacional, auxiliando estudantes e pesquisadores de diversas localidades que buscam conhecimento sobre a região de Marabá, que é mundialmente conhecida por suas riquezas.
Leia mais:A entrega do Arquivo Histórico Manoel Domingues faz parte da agenda de comemoração da FCCM em alusão aos 109 anos de Marabá.
Para Vanda Américo, presidente da Fundação, o momento é de alegria e comemoração. Com o apoio do prefeito Tião Miranda, foi executado um trabalho de organização, tornando o espaço totalmente funcional. “Nossa intenção era deixar acolhedor, sem aquela característica de arquivo. Nosso espaço é um ambiente saudável, gostoso de ficar, de visitar e pesquisar”, adianta Vanda.
De grande importância para a cidade, Vanda relata que existem manuscritos de muitas pessoas que foram importantes para a cidade, pioneiros que ajudaram a construir a história de Marabá com beleza e bravura.
Vanda Américo ressalta que toda a equipe da FCCM realizou um trabalho maravilhoso, olhando com carinho para a história da cidade. “Tenho certeza que, assim como pra mim, toda a equipe da Fundação, principalmente aqueles que estavam ali dentro construindo a nova roupagem do Arquivo Histórico, foi um momento de graça. Não foi feito do dia pra noite. Mas, finalmente, estamos entregando um arquivo maravilhoso, e agradeço o prefeito pelo apoio incondicional”, fala Vanda.
O novo espaço oferece melhores condições de atendimento ao público e também de conservação e preservação do acervo.
Quem foi Manoel Domingues?
Nascido em São Luís (MA), em 1890, Manoel Domingues era prático de farmácia, tendo vindo para o ainda povoado de Marabá em 1911, como responsável por uma pequena farmácia da firma José de Pádua Costa.
De acordo com relatos, um ano depois, estabeleceu-se por conta própria no mesmo ramo comercial e casou-se com Filomena de Araújo, com quem teve seis filhos: Itália, Redinau, Armando, Getúlio e Antônio Carlos.
Sua primeira contribuição destacada para a história da cidade ocorreu em 1913, quando foi o redator-chefe do primeiro jornal de Marabá, denominado o Itacayúna, e do qual também participaram João Parsondas de Carvalho e Alfredo Monção (que mais tarde viria a ser prefeito de Marabá).
Em 1925, lá estava ele em posição de destaque em mais um fato marcante de nossa história, como membro da primeira Associação Marabaense de Letras, sendo escolhido por seus colegas como orador oficial da entidade. Mas essa função se estendeu também a eventos públicos organizados como festas cívicas, bodas e batizados, e logo sua fama de grande orador se espalhou pela região.
Ele também apreciava os esportes e foi o presidente do Tocantins Esporte Clube, em 1925, e do Brasil Esporte Clube em 1928.
Como ativista político, Domingues integrou, em 1935, o Partido Liberal do Brasil, e ocupou, em Marabá, diversos cargos públicos, como adjunto de promotor público, suplente de juiz, juiz federal (no governo de Washington Luís), inspetor escolar (por ato do interventor Magalhães Barata), primeiro juiz suplente (na gestão de José Gama Malcher).
E foi no exercício dessa última função que Manoel Domingues veio a falecer em 1939, com a idade de 49 anos. (Ana Mangas, com informações de Ulisses Pompeu)