A Secretaria de Cultura (Secult) e a Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) realizaram a entrega de kits de artesanato para o povo indígena warao, vindos da Venezuela, produzirem peças para a exposição e venda na Feira de Artesanato Por do Sol, que acontece aos domingos, na Orla de Marabá.
De acordo com o assessor especial da Secult, Genival Crescêncio, o município de Marabá elaborou um decreto de número 143, que instituiu um comitê municipal intersetorial para trabalhar a situação do fluxo migratório na cidade. “O povo indígena warao chegou ao município e estava em situação de vulnerabilidade. Por isso, foi montado esse comitê com várias secretarias, assistência social, saúde, educação, para dar suporte para essa comunidade”.
Segundo ele, no início deste ano, esse decreto foi alterado e incluíram a Secult, já que o povo indígena desenvolve trabalhos relacionados à cultura.
Leia mais:O secretário municipal de cultura, José Scherer, disse que eles observaram o que poderia ser feito para que este povo pudesse se desenvolver e se manter na cidade. “Decidimos ajudá-los na elaboração de peças de artesanato, doando materiais para que eles produzissem e comercializassem essas peças na feira de artesanato Por do Sol, realizada no domingo.”
O indígena Luiz Antonio Moya, da tribo Warao, conta que as peças produzidas por eles variam entre colares, pulseiras, redes e objetos variados. “Nós precisamos trabalhar para nos mantermos na cidade e esses kits vão nos ajudar na produção de itens de artesanato”. O trabalho é dividido entre as oito famílias dessa tribo no município.
Luiz Silva, diretor técnico da Seaspac, disse que a secretaria está acompanhando os waraos desde 2017. “Fizemos um diagnóstico tentando identificar a habilidade de cada um na tribo e com o que eles desejariam trabalhar no município e foi identificada essa aptidão para o artesanato. Nosso desejo é que eles fortaleçam a sua cultura e consigam ter autonomia financeira no País”.
Além desses kits, a prefeitura deu suporte para duas excursões para coleta da palmeira buriti para comercialização.
Em Marabá, são 51 indígenas warao atendidos. A Seaspac providenciou um espaço no Núcleo Marabá Pioneira para melhor acomodar os imigrantes. Os esforços iniciais se voltaram para regularizar a situação da estadia deles no país, por meio do protocolo de refúgio emitido pela Polícia Federal. Na Seaspac, há uma equipe especializada, que atua na mediação entre os indígenas Warao e a PF, a fim de agilizar a regularização. É através desse protocolo que documentos como carteira de identidade, CPF e Cartão SUS podem ser emitidos.