A mãe de Bruno Fernandes Mendes, o Loirinho, de apenas 20 anos de idade, ficará para sempre com a imagem do filho sendo assassinado a tiros na sua frente, dentro de um quarto de recuperação do Hospital Municipal de Marabá. O crime, ainda com autores desconhecidos, ocorreu na madrugada desta terça-feira, por volta de 2h40.
A Reportagem do CORREIO conversou na manhã desta terça-feira com dois profissionais de saúde do HMM, os quais relataram clima de terror nos corredores da casa de saúde no meio da madrugada.
Os seis homens chegaram ao hospital “de cara limpa”, mas quatro deles ficaram na portaria, com o porteiro, enquanto dois entraram e abordaram um funcionário próximo ao laboratório. De lá, passaram pelo chamado “corredor da morte”, uma porta lateral na entrada da internação, por onde circulam os corpos de pessoas que morrem no hospital (atualmente a maioria por covid-19).
Leia mais:“Eles indagavam aos funcionários: ‘onde fica o leito 13, o leito dos operados?’”. Temendo morrer, o funcionário indicou. Eles abriram a porta com o pé, entraram no quarto e encontraram a pessoa que estavam procurando, acompanhado de sua mãe e outros quatro pacientes. A mãe de Loirinho ainda tentou fechar a porta, mas os dois homens empurraram de novo, entraram e fizeram cerca de cinco disparos”, conta um profissional de saúde que estava acordado e de plantão na hora do assassinato.
Segundo o mesmo profissional, há câmeras de segurança na entrada do HMM e no corredor principal, menos no corredor da cirúrgica, onde ocorreu a execução. No HMM não ficam mais policiais militares, como já ocorreu no passado, quando esse tipo de acerto de contas era mais comum.
“As pessoas do quarto informaram que a mãe do Bruno reconheceu uma das pessoas que estava dando os tiros, e quando tentou fechar a porta, o bandido abriu e disse para se afastar, porque ela sabia o motivo de ele estar sendo morto. O paciente ainda abriu os olhos após o primeiro disparo, mas não teve mais nenhuma reação”.
Depois que os bandidos foram embora, ainda de acordo com o funcionário do HMM, a mãe de Loirinho ficou gritando pelo corredor que o matador tinha sido a mesma pessoa que havia dado os tiros no domingo, em frente sua casa.
Bruno deu entrada no HMM na noite do dia 25, depois de ter sido baleado por dois criminosos que estavam de moto. O atentado aconteceu na Travessa Antônio Pimentel, Núcleo Marabá Pioneira, por volta das 20 horas. Testemunhas disseram ter ouvido ao menos três disparos.
Vídeos gravados no local mostram socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) prestando os primeiros socorros à vítima. Além disso, uma guarnição da Polícia Militar também esteve no local da tentativa de homicídio.
Há informações de que “Loirinho” teria envolvimento com crimes e havia sido liberado há pouco tempo da prisão. Tudo leva a crer que se trata de mais um crime motivado pelo tráfico de drogas, que, há tempos, vem incomodando os moradores da área.
A Polícia Civil segue investigando o crime. Já foram ouvidos funcionários do HMM, enquanto a família aguardava a liberação do corpo no Instituto Médico Legal. Ninguém quis falar com a Imprensa, temendo algum tipo de represália. (Ulisses Pompeu e Chagas Filho)
Observação: Notícia atualizada às 09h54 desta terça-feira, dia 27 de abril de 2021