Nos últimos três anos, a comunidade de Bacabal, próxima a estrada de Ferro Carajás, na zona rural do município de Bom Jesus do Tocantins, vem ampliando sua produção de farinha. Em 2018, eram 40 a 50 sacos por hectare e hoje são produzidos 82 sacos.
O avanço veio por meio da capacitação e a adoção de técnicas no plantio como parte de projeto criado pela associação de produtores local e que conta com o apoio da Vale e Prefeitura. O projeto Mandiocultura assegurou ainda consultoria de especialistas de Bragança, hoje modelo regional de farinha de qualidade no Estado. Agora a expectativa do grupo é tornar Bom Jesus referência no sudeste do Pará pela qualidade e variedade do seu produto.
Atualmente 25 famílias vivem dessa produção em Bacabal. Com a melhoria da qualidade, diversificação e trabalho árduo, o resultado deve se refletir também na renda do produtor. A Associação calcula que o valor das vendas deverá dobrar. “Ao agregar valor ao produto e qualidade deve melhorar a renda dos nossos produtores. Nós temos um valor por saco de farinha, hoje estimado em R$ 250,00 a R$ 300,00 e podemos avançar para R$ 500,00 a R$ 600,00”, diz o tesoureiro da Associação dos Mini e Pequenos Produtores Rurais de Bacabal, Fabio Soares.
Leia mais:Uma das apostas para alcançar esse objetivo está na capacitação. “O objetivo da associação é esse, capacitar nossos produtores para produzir uma farinha de qualidade. É tentar inserir o município de Bom Jesus na rota da farinha. Nós não temos uma referência na região sul e sudeste. Hoje nossa referência é Bragança, Castanhal que são setores do norte do Pará. Então nosso objetivo é alavancar o nosso município quanto a produção de farinha de qualidade”, conta Fabio.
Por meio do projeto, a Associação recebeu com o apoio da Vale, capacitação e assessoria técnica para análise do solo, mecanização, adubação, uso de herbicidas de forma consciente, capina de acordo com as plantas cultivadas entre outros. Além da consultoria da equipe de Bragança. “Estamos muito felizes com o resultado, cerca de 25 famílias concluíram o curso e estão tendo melhor aproveitamento de renda, trouxemos profissionais de Bragança e tudo isso enriquece”, diz o gerente de Relacionamento com Comunidades da Vale, Edivaldo Braga.
O chefe do escritório local da Emater, Fernando Araujo acredita que a produção de Bacabal pode fortalecer Bom Jesus. “A gente sabe que o processamento de farinha é difícil de se fazer, a comunidade já tem grande quantidade de mandioca plantada, já produz farinha há muito tempo e agora com esse curso, vai ser um diferencial para ela colocar essa farinha no mercado e trazer renda para o agricultor, que tanto precisa e desenvolver mais ainda o município de Bom Jesus do Tocantins”.
Entre os novos produtos estarão, além da farinha, a farinha lavada, tapioca e a farinha de coco. “Eu estou aprendendo técnicas que eu não sabia, eu perdia muita coisa, agora eu já sei que a gente pode reaproveitar tudo, diz uma das produtoras. “Foi um curso para que pudéssemos ter melhoria, qualidade na nossa farinha. Na prática e na técnica se teve oportunidade de aprender. Agradecer a parceria da Vale e Prefeitura, diz o presidente da Associação, Rivelino Santos.
Para Hortência Osaqui, técnica da consultoria Fazenda Bacuri, da região de Bragança, a comunidade tem potencial para produzir mais com menos. “Nosso trabalho aqui com os produtores rurais da comunidade de Bacabal é fazer uma transferência de conhecimento, de tecnologia social e ambiental, porque a nossa região é uma referência na produção de farinha e para que as pessoas possam entender que com pouco a gente pode fazer muito”. (Ascom/Vale)