Antonio Carlos Alves dos Santos, de 53 anos, que contabilizou 184 votos ao cargo de vereador de Parauapebas no último mês, sem ser eleito, foi preso nesta quarta-feira (2) acusado de assassinar o casal Arlindo Setúbal dos Santos e Francisca Lucirene Nascimento, pioneiro da cidade. O crime ocorreu em agosto deste ano.
De acordo com o delegado Élcio de Deus, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, há alguns dias as equipes tentavam localizar o homem, que acabou preso em via pública, no Bairro Betânia.
“Já havíamos feito algumas diligências em busca do senhor Antonio Carlos e não havíamos encontrado ele. Ontem (quarta), durante a parte da manhã, monitorando um veículo aqui na cidade a equipe conseguiu interceptar e encontrar Antônio Carlos”, informou a autoridade policial em entrevista concedida na manhã desta quinta (3).
Leia mais:Os corpos das vítimas foram encontrados no dia 12 de agosto na chácara de propriedade deles, localizada na vicinal Barra do Cedro, em Curionópolis, a 30 km de Parauapebas. O casal havia optado em ficar recluso na propriedade rural por conta da pandemia do novo coronavírus, mas acabou sendo morto.
Conforme as investigações da Polícia Civil, o duplo assassinato teria sido encomendado por Antonio Carlos por conta de um desentendimento entre ele e as vítimas envolvendo gado. “Ele pegou algumas cabeças de gado há alguns anos e esse casal insistia em ver esse gado, o que foi se prolongando durante um tempo. No dia que foram encontrados os corpos do casal ele teria marcado de mostrar o gado”, explica o delegado.
Ainda segundo a investigação, Arlindo e Francisca foram mortos na noite do dia 11. No dia 12, após os corpos terem sido encontrados, Antonio chegou a ser encaminhado para a delegacia porque na residência dele foi encontrada uma espingarda sem registro. Na ocasião, ele foi autuado por posse ilegal de arma de fogo e pagou fiança para responder ao crime em liberdade. Sobre o duplo homicídio, negou qualquer envolvimento ou mesmo saber informações sobre o caso.
“A arma não tinha relação com as cápsulas que foram encontradas no local do crime. Ele pagou fiança, acabou solto e o inquérito da morte continuou ocorrendo. Com a juntada de outros elementos desse inquérito a gente fez a representação pela prisão preventiva dele que foi deferida pela Justiça de Curionópolis”, explica o delegado.
Ele acrescenta que após o cumprimento de mandado de prisão o suspeito continua negando envolvimento na morte do casal. “Ele nega ter feito qualquer ação nesse sentido. A gente perguntou pra ele, acompanhado da advogada, se teria algum elemento para colaborar com as investigações, mas ele disse que não teria nada a acrescentar em relação a essa situação”, informou Élcio de Deus, acrescentando que as investigações ainda não foram encerradas. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)