No Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, marcado pela campanha Junho Violeta, a Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) e o Conselho Municipal do Direito da Pessoa Idosa (CMDPPI) realizaram uma palestra on-line, marcando a abertura da campanha no município. Este ano, em Marabá, o Junho Violeta tem como tema “O silêncio também é crime – denuncie!”.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal do Direito da Pessoa Idosa, Eliude Lima Roberto Ribeiro, de janeiro a junho deste ano foram registrados 41 atendimentos no conselho, destes 35 foram denúncias solucionadas e seis estão em andamento com o Ministério Público Estadual.
Ainda em âmbito local, desse número a predominância é de casos de famílias que cometem violência financeira com idoso e ainda abandono. A faixa etária de idosos que são vítimas está entre 60 a 84 anos, a maioria do sexo masculino.
Leia mais:Durante a live, uma das convidadas, professora Walquíria Alves, relembrou os dados nacionais da violência contra o idoso, contabilizados através do Disque 100. Em primeiro lugar está a negligência contra idosos, na sequência a violação psicológica e hostilização, em que, na maioria das vezes, o agressor é um filho do idoso. A faixa etária registrada nessas estatísticas é de 66 a 70 anos.
Além de Walquíria Alves, participaram da programação, Lady Anne Souza, professora e Conselheira Municipal da Pessoa Idosa, o advogado Alexandre Rosa, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), professora Cláudia Cilene (representante do Conselho Municipal de Defesa da Pessoa Idosa) e ainda Maria Onete Fonseca, assistente social e também conselheira do CMDPPI.
O Junho Violeta foi criado em 2006 com o intuito de defender os idosos, conforme ressalta a presidente do Conselho Eliude Roberto. “Nós dizemos não à violência da pessoa idosa, nós, em Marabá, vamos como Conselho abrir os trabalhos e estender até à zona rural, com panfletagem, entregando cartazes nas unidades de saúde e em diversos pontos. Vamos conscientizar as pessoas contra à violência da pessoa idosa que é tão inocente. Um vizinho, um amigo, qualquer pessoa que ver uma violência contra idoso deve denunciar, o silêncio é crime”, conscientiza.
A presidente do CMDPPI afirma que chegam muitas denúncias anônimas ao CMDPPI pelos telefones, plantões sociais e pelo Disque 100, as quais são checadas através dos CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), e quando confirmadas a veracidade, as providências são tomadas através do Conselho, sendo acionado o Ministério Público em casos mais extremos.
Nadjalucia Oliveira, secretária municipal de Assistência Social, ressalta que a violência contra o idoso é um fenômeno desastroso, onde quase diariamente recebem denúncias. A secretária frisa que em Marabá, a maioria de abandonados são homens que vieram na década de 1980 em busca de melhores condições. “Com a pandemia, a violência contra idosos ficou mais evidente, porque ele ficou completamente isolado. Antes poderíamos desenvolver mais atividades, a partir de então o idoso passou a conviver mais com o familiar”, conta.
Como forma de violência material, ela cita familiares que utilizam da aposentadoria do idoso em benefício próprio e assim negligenciam com ele. “Mas, com as discussões e protagonismo dos conselhos, de 5 anos para cá tivemos avanço, como a praça do idoso, departamento para o idoso no acolhimento da área da assistência. Outras conquistas serão ampliadas. Nós, enquanto familiares, temos de valorizar a pessoa idosa, não é porque ela ficou idosa que não serve mais. É hora de maior acolhimento, carinho e proteção”, adverte Nadjalucia Oliveira.
Atualmente, Marabá conta com o Centro Integrado da Pessoa Idosa Antônio Rodrigues (Cipiar), que fica localizado no bairro Belo Horizonte. (Ascom PMM)