Correio de Carajás

Eletronorte desmente “rachadura” no paredão da barragem de Tucuruí

Vídeo com água transbordando é verdadeiro, mas acontece por manobra de rotina e não é na barragem, e sim nas eclusas

Água transbordando do paredão foi filmada por um motorista e assustou nas redes sociais

 

Um vídeo feito por um morador de Tucuruí e rapidamente replicado nos celulares e redes sociais assustou as pessoas esta semana ao mostrar grande volume de água transbordando e correndo pelo paredão da barragem da Hidrelétrica. Preocupou mais ainda, devido o autor ter escrito uma legenda no vídeo com os dizeres: “Hidrelétrica de Tucuruí está rachada”. Pois bem, a imagem que aparece no vídeo é verdadeira, porém nada tem a ver com possível rachadura ou problemas na barragem. Além disso, a água na verdade escorre pelo paredão das eclusas e faz parte de um procedimento normal.

Segundo a Eletronorte, procedimento ocorreu nas Eclusas e não na barragem/ Foto: Arquivo Correio
Segundo a Eletronorte, procedimento ocorreu nas Eclusas e não na barragem/ Foto: Arquivo Correio

Em nota de esclarecimento divulgada esta semana, depois que o assunto ganhou corpo, a Eletronorte explica: “Em relação a um vídeo que circula nas redes sociais, acompanhado da informação de problemas de segurança na Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará, a Eletronorte informa que o transbordo da água foi resultado de uma manobra nas Eclusas de Tucuruí, operadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A Hidrelétrica Tucuruí está segura, em operação normal. Mais informações sobre a manobra, podem ser obtidas junto ao DNIT”.

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A empresa aproveitou para destacar que todas as suas usinas são monitoradas e esse processo começa antes mesmo do enchimento dos reservatórios. O trabalho mobiliza diversos setores da empresa, incluindo equipes especializadas lotadas em cada uma das usinas, fazendo monitoramento diário e manutenções preventivas constantemente.

“Todas as barragens utilizadas para a geração de energia elétrica pelas empresas Eletrobras têm Planos de Segurança de Barragens (PSB) e de Ação de Emergência (PAE) que, concluídos, são protocolados e entregues aos órgãos competentes, em cumprimento à legislação vigente”, diz o trecho final da nota.

No caso da pessoa que fez o vídeo – e que não está identificada -, ela promoveu a filmagem justamente quando o seu veículo foi parado num controle de tráfego no estilo “pare e siga”, promovido pelas equipes de segurança, para evitar acidentes enquanto a água descia da parede da eclusa. Segundo a empresa, era mais um sinal de que tudo o que estava sendo feito era normal e estava sendo acompanhado de perto pelas equipes responsáveis.

SAIBA MAIS

A barragem de Tucuruí, no Rio Tocantins, foi construída entre 1976 e 1984. Tem 11 km de comprimento e 78 m de altura. O desnível da água varia com a estação entre 58 e 72 m. O reservatório tem 200 km de comprimento e 2.850 km² de área quando cheio, ou seja 0,341 km² por MW instalado. Quando o nível é mínimo (62 m), a área alagada diminui em cerca de 560 km². A vazão média do rio ao longo do ano nesse ponto é aproximadamente 11.000 m³/s; a máxima observada (março de 1980) foi 68.400 m³/s.

O reservatório tem volume total de 45,5 km³ (para cota de 72 m) e volume útil de 32,0 km³. A usina está ligada à rede nacional pela linha de transmissão entre Presidente Dutra (Maranhão) e a Usina Hidrelétrica de Sobradinho, via Boa Esperança (Piauí). (Da Redação)