Correio de Carajás

WhatsApp está a serviço das forças de Segurança

Assim como os aplicativos de troca de mensagens instantâneas funcionam para aproximar relações interpessoais e de trabalho, além de disseminarem informações, eventualmente falsas, nessas eleições também serão utilizados para facilitar e melhorar o trabalho das forças de Segurança Pública.

De acordo com o delegado Mário Sérgio Nery, responsável pela operação da Polícia Federal de Marabá neste pleito, a troca de informações entre as forças envolvidas na segurança – Exército Brasileiro, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal – deverá ocorrer em parte via grupo criado no WhatsApp pelos responsáveis pelas ações de cada instituição.

“A gente cria logo um grupo de Segurança Pública no WhatsApp porque recebe de forma muito mais rápida e fácil as informações para podermos checar. Facilita muito o trabalho”, diz ao CORREIO, acrescentando, no entanto, que há um contraponto que requer atenção.

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“Tem outro lado que é a questão das fake News, o que tem que ser filtrado porque, se não, a gente não trabalha, fica igual barata tonta e perde o foco de algo que realmente está acontecendo indo para um lugar onde não está acontecendo absolutamente nada. Teremos que fazer a checagem bem-feita no dia”, comenta.

Sobre este assunto, especificamente, Nery alertou que, como na legislação penal, também existe calúnia, difamação e injúria na eleitoral, para fins eleitorais. “No entanto, não é colocado como flagrante porque normalmente neste tipo de delito necessita se fazer uma investigação mais apurada, não dá para se fazer o flagrante de injúria e difamação. E como vem por rede tem que se identificar quem criou, quem repassou, porque quem repassa também está cometendo crime. Nestes casos, no entanto, é necessário se montar um inquérito primeiro e apurar as responsabilidades”.

ATUAÇÃO

As forças estarão concentradas no Ginásio Poliesportivo Renato Veloso, na Folha 16, Nova Marabá, onde serão lavrados ocorrências e procedimentos por possíveis crimes eleitorais. “A Polícia Civil vai compor com a nossa força para que sejam reprimidos os delitos eleitorais a partir da meia-noite do sábado, quando não se pode mais fazer propaganda”.

O delegado explica que se dividiu a demanda entre as duas instituições conforme a gravidade dos casos. “A parte de termos circunstanciados de ocorrência, aqueles delitos mais simples, ficará com a Polícia Civil, um bêbado incomodando em uma sessão, por exemplo. Nos casos de flagrante nós faremos o procedimento, quando for um delito de corrupção eleitoral, por exemplo, ou transporte de eleitor”.

Além disso, a Polícia Federal também fará rondas ostensivas. Equipes se deslocarão para Parauapebas e Tucuruí, dois municípios com grandes colégios eleitorais da região, para reforçar a segurança. O Exército Brasileiro, acrescenta o delegado, será responsável pela guarda das sessões eleitorais, respeitando a distância regulamentar de 100 metros.

CRIMES

Acrescenta que dentre os crimes eleitorais mais comuns praticados no dia do pleito estão boca de urna, transporte de eleitores e propaganda eleitoral, o que, segundo Nery, é praticamente inevitável. “É normal no dia das eleições, na madrugada, as pessoas jogarem santinhos nas ruas, o que só pode se distribuir até 22 horas do sábado e não pode jogar no chão.

Conforme o delegado, é praticamente impossível se responsabilizar os candidatos por este crime, especificamente. “Teria que abrir inquérito para todos os santinhos que estão no chão e pode até ter sido o adversário quem tenha jogado para prejudicar um candidato. Se não for uma prisão em flagrante não há como. A gente tenta coibir, lógico, se pegar o flagrante é feito o procedimento, mas depois que já está lá posto é impossível fazer uma investigação que dê algum resultado”.

Questionado sobre o clima destas Eleições, ele diz que a Polícia Militar deve estar atenta porque pode haver maior animosidade nas ruas, porém acredita que o povo brasileiro já assimilou a polarização, semelhante a anteriores. “A diferença nestas eleições é que um dos candidatos tem uma personalidade mais forte e talvez isso incite os eleitores, existe uma agressividade de um dos candidatos e pode ser que isso cause um comportamento mais agressivo nas ruas”, finaliza.

(Luciana Marschall)