Correio de Carajás

Vinte municípios discutem, em Marabá, ampliação de escolas de tempo integral

A programação é voltada a gestores municipais e estaduais de Marabá e cidades vizinhas/ Fotos: Evangelista Rocha

O Programa Escola em Tempo Integral, parte de uma política pública do governo federal, foi apresentado em um evento realizado no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Marabá (Semed), cuja programação iniciou na última quarta-feira, dia 10, e encerra no final da tarde desta sexta-feira, 12, reunindo gestores municipais e estaduais de 20 municípios da região.

Os formadores destacam a importância de transformar escolas tradicionais em escolas de tempo integral para atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação, visando proporcionar equidade e qualidade na educação, especialmente para grupos vulneráveis.

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Marabá foi apontada como uma cidade com potencial para liderar essa iniciativa, que busca promover uma educação integral e interdisciplinar, envolvendo não apenas a escola, mas também outros espaços da comunidade.

No entanto, o desafio é grande, pois o Pará, assim como outros estados da Amazônia, enfrenta uma baixa taxa de escolas em tempo integral, com apenas cerca de 7% das escolas públicas estaduais e municipais seguindo esse modelo. O programa busca mudar essa realidade, proporcionando um ambiente educacional mais completo e eficaz para todos os estudantes, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica.

Na rede municipal de Marabá, atualmente, apenas cinco das 198 escolas atuam no modelo de tempo integral, oferecendo uma jornada pedagógica maior para os seus alunos. São elas: Prof. Mário Antônio Alves da Silva, Carlos Marighela, Basílio Miguel dos Santos, Terezinha de Souza Ramos e Martinho Mota da Silveira.

METAS

Raimundo Leite, formador do programa e integrante da Universidade Federal do Pará (UFPA) destaca que o programa é uma iniciativa coletiva, abrangendo diversos estados e atuando de forma interdisciplinar, envolvendo coordenação pedagógica, coordenação geral e tecnológica.

Formador Raimundo Leite entende que o programa é responsabilidade de todos os entes federados/Foto: Evangelista Rocha

Ele ressalta que o Escola em Tempo Integral não é apenas uma política de governo, mas uma política pública que exige a participação e responsabilidade de todos os entes federados, principalmente os responsáveis pela educação básica. “O programa visa alcançar a Meta 6 do Plano Nacional de Educação, que estabelece a meta de 50% das escolas oferecendo educação em tempo integral até 2024, com 25% dos alunos atendidos nesse modelo”, aponta.

DESAFIOS

José Bittencourt, formador do programa e professor da UFPA, complementa explicando que a implementação desse programa enfrenta desafios significativos devido às dificuldades dos estados e municípios em cumprir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação.

“O governo federal iniciou um processo de incentivo para que os estados e municípios transformem suas escolas em tempo integral, visando ampliar o acesso e melhorar a qualidade da educação oferecida”, comenta. No entanto, segundo o formador, o que era para se alcançar neste ano, será adiado para 2026.

José Bittencourt diz que o objetivo é ampliar o acesso e melhorar a qualidade da educação oferecida/Foto: Evangelista Rocha

CONTEÚDO

Durante o evento, gestores municipais e estaduais participaram de discussões e formações para compreenderem os conceitos e princípios por trás da educação em tempo integral. Os formadores enfatizaram a importância de garantir a equidade no acesso à educação, especialmente para grupos sociais mais vulneráveis, como indígenas, quilombolas e pessoas com necessidades especiais.

Para além disso, o Escola em Tempo Integral visa transformar a qualidade da educação ao reduzir a violência escolar e promover uma melhor interação entre os alunos e o ambiente educacional. A proposta envolve não apenas a escola, mas também outras instituições e espaços da comunidade, como clubes, praças e organizações sociais, buscando uma educação integral que transcende os limites físicos da sala de aula. (Thays Araujo)