Correio de Carajás

“Vim pelos meus pais, fiquei porque gostei”, diz Thiago Santana sobre relação com Marabá

A infância e adolescência de Thiago da Silva Santana são parecidas com a de milhares de filhos de militares do Exército pelo Brasil afora. Viveu de cidade em cidade e não criou raízes fortes em nenhuma.

Eu nasci em Três Corações, Minas Gerais. A gente mudava no máximo a cada quatro anos, e era sempre uma nova adaptação, nova rotina, amigos novos. Eu me acostumei muito a tudo isso”, conta ele.

De cidade em cidade, a penúltima que a família morou antes de vir para Marabá foi Natal, no Rio Grande do Norte. Lá, Thiago cursava Educação Física quando o pai, Nivaldo Marcolino Santana, veio servir em Marabá como “cordinha” do general. E o próprio Thiago explica que “Cordinha” é um auxiliar direto do general, uma espécie de secretário pessoal dele.

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Thiago estava na metade do curso quando Nivaldo e Maria Nazaré (a mãe) vieram para Marabá e ele permaneceu na capital potiguar com a irmã mais velha até dezembro de 2010, após a formatura. A família passou um ano junta em Marabá e o pai foi transferido novamente.

Em 2011, ele trabalhou como professor de natação em academia, com educação física infantil em vários espaços na cidade. “Meu pai foi transferido para Belo Horizonte e como eu estava trabalhando e em um relacionamento, fiz a opção de ficar por aqui. Minha ideia, quando vim para cá, era passar mesmo só um ano, mas acabei ficando. As oportunidades eram boas, tanto que quando meu relacionamento chegou ao fim, permaneci na cidade por conta da questão profissional”.

O professor de Educação Física diz que acha Marabá um lugar muito tranquilo e que aprecia cidades pequenas, com cara de interior. “O clima daqui é agradável e tenho boas amizades. Fui construindo minha vida aqui e hoje tenho casa na cidade, enfim minha vida está bem estruturada”, orgulha-se.

E foi depois que estava morando por aqui que Thiago conheceu a esposa, Ingrid Barbosa Costa Santana. Ela é de João Pessoa, na Paraíba, e os dois se encontraram durante as férias, lá mesmo no Nordeste. Foram conversando por rede social e o relacionamento deu “liga”. Decidiram selar a união e o casamento aconteceu em meados do ano passado. Ela, claro, acabou deixando o Nordeste e veio morar com ele em Marabá. “Quando a gente tomou a decisão de casar, ela disse que independente de onde fosse, ficaríamos juntos e está dando certo”, celebra.

Aliás, Indrig também é professora de Educação Física e o casal sai da casa, em um condomínio fechado a 3 km do Aeroporto, às 5h30 para o trabalho. Ela atua em uma academia do Bairro Novo Horizonte e ele no Sesi, onde dá aulas de natação e musculação. “A minha preocupação era muito grande com relação à adaptação dela, porque saiu do litoral do Nordeste para o interior do Norte. É uma mudança de cultura muito grande e ela nunca tinha saído de João Pessoa, mas tem sido muito tranquilo, ela também gosta muito daqui”, garante.

Thiago diz que nunca se viu muito tempo em uma cidade, até pelas muitas mudanças de sua família. Todavia, garante que essa experiência tem sido diferente com Marabá, onde já está há 9 anos.

Thiago com os pais, a irmã Nathália e Ingrid. Agora, são Nivaldo e Nazaré que vêm visitar Marabá.

EXPERIÊNCIA EM PORTUGAL

Entre os anos de 2001 a 2003, o pai de Thiago foi trabalhar em Lisboa, Portugal, para atuar numa missão diplomática na Embaixada do Brasil. A experiência, para ele, foi muito boa porque teve contato com outras culturas, conheceu vários países da Europa e, com 1,86 metro de altura, conseguiu jogar voleibol “numa forma menos amadora”, como ele classifica. “Eu sempre jogava muito entre amigos e lá eu comecei a atuar no Benfica e tive a oportunidade de disputar dois campeonatos portugueses, sendo campeão em um ano. Foi um momento que marcou muito a minha vida”, relembra.

Questionado sobre o melhor lugar da cidade para eles, Thiago aponta o condomínio em que mora (Mirante Village) e a Orla do Rio Tocantins, aonde vai sempre tomar água de coco, certamente uma exigência da patroa nordestina. (Ulisses Pompeu)