Um vídeo gravado em Marabá e que vem circulando por grupos de WhatsApp, sobre um suposto crime de pedofilia tem dado o que falar. Na filmagem, uma moradora da Folha 13, do núcleo Nova Marabá, grava uma adolescente que, segundo ela, tem 13 anos e mantém um relacionamento com um homem adulto. A jovem aparece sentada no colo do indivíduo em questão.
A suposta mãe da menor, que também aparece no vídeo, sentada próximo aos dois em uma calçada, tampa o rosto ao perceber a exposição, como quem não concorda com a atitude da testemunha. Essa, diz na filmagem, em tom de revolta e incriminação, que está registrando tudo e, em um impulso, o homem levanta da cadeira e parte para cima da mulher.
“Tô filmando, o bicho vai pegar”, diz quem registra a cena. Mas, mais acusações são feitas. Populares gravaram áudios que também circulam pelo aplicativo de mensagem, alegando que a jovem, que supostamente mantém o relacionamento com o homem, está grávida e teria jogado um teste positivo no quintal de outra vizinha.
Leia mais:Diante o escândalo, a equipe da TV Correio procurou o Conselho Tutelar de Marabá e a conselheira tutelas Cléia Souza se posicionou dizendo que este tipo de exposição pode atrapalhar em futuras apurações. Ela cita o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que diz ser dever primeiro da família, da comunidade, sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes a vida, a saúde, alimentação, esporte, lazer, profissionalismo, a dignidade, o respeito e a liberdade e a convivência familiar comunitária
Ela alerta e informa que ao comunicar suspeitas como essas, não há necessidade de prova, tendo em vista que o Conselho Tutelar atua tanto na violação, quanto na suspeita dela: “Portanto, se a comunidade ouviu, desconfiou, percebeu algo que seja um tipo de violação ou negligência contra uma criança, ou um adolescente, basta que ela procure os órgãos oficiais.
Andreza Lobato, que também é conselheira tutelar, orienta que em situações como essa é preciso apenas informar aos órgãos de proteção e um dos órgãos de proteção como a polícia, o próprio conselho tutelar, os que competem a saúde e educação.
Ela ainda repudia o vídeo: “As filmagens e acusações não explicam um crime por si só apenas por conter uma situação de um suposto ato libidinoso. A pessoa já chega acusando e, pior, expondo o rosto da criança e do outro envolvido”, pontua, acrescentando ser necessária uma apuração para dizer se trata ou não de um crime.
Vale ressaltar que o Conselho Tutelar disponibiliza o disque 100 para casos de denúncia (Thays Araujo com informações de Marcos Fabrício/TV Correio)