Infectologista dos mais respeitados do Norte do país, residente em Marabá, o médico Alex Freitas aceitou conversar com o CORREIO nesta semana do Médico. Ao falar sobre as doenças com que lida no dia a dia, ele destacou que nada se compara a prevenir qualquer ocorrência, e que o investimento feito pelas pessoas nesse sentido sempre será mais barato do que precisar de tratamento posterior.
Ele faz parte da equipe do Hospital Regional do Sudeste do Pará Geraldo Veloso e, fora do serviço público, é também um empreendedor mantendo, em sociedade com a esposa, a clínica de vacinação Imune, na Cidade Nova. Acompanhe a conversa:
Jornal CORREIO – O senhor é um dos mais experientes infectologistas da nossa região, com longa atuação no sul do Pará, a partir de Marabá. Como vê a importância da prevenção de doenças, levando em conta a nossa realidade regional?
Leia mais:Dr. Alex Freitas – A prevenção é a parte mais bonita da Medicina, e de fundamental importância para a saúde individual e coletiva de uma sociedade. Na nossa região os investimentos na saúde, a exemplo do que ocorre no restante do pais, são baixos. As medidas preventivas são eficazes e mais baratas do que as medidas curativas. Eu explico. Se, por exemplo, uma prefeitura consegue montar um posto de saúde para controlar a pressão arterial dos hipertensos daquela comunidade, ela investe relativamente pouco. Isso é prevenção. Ao contrário, se não há esse controle dos hipertensos, isso pode resultar em mais casos de infartos e derrames, com implicações nefastas para o paciente, e onerosas para a gestão pública de saúde.
CORREIO – As vacinas são mecanismos eficazes na defesa do organismo humano contra agentes infecciosos e bacterianos. Quais doenças podem ser prevenidas com elas?
Dr. Alex Freitas – Depois da água potável, a vacina é o meio mais eficaz de prevenir uma doença. Através das atuais vacinas é possível prevenir dezenas de doenças tais como hepatites virais, que podem causar cirrose e câncer de fígado, as vacinas podem prevenir também meningites, pneumonias, infecção pelo HPV, que causa câncer de colo de útero, tuberculose, tétano, dentre outras tantas enfermidades que podem levar até a morte.
CORREIO – Sabemos que a vacinação pública é limitada e muitas vezes depende de campanhas. Como funciona a lógica do governo para fornecimento de vacinas?
Dr. Alex Freitas – As secretarias municipais de saúde fazem o levantamento do que e necessário para vacinar uma determinada população, daí um boletim é enviado para as Secretarias Estaduais, que fazem a distribuição para os municípios. O Ministério da Saúde, por sua vez, é quem abastece os estoques dos estados.
CORREIO – O que os pais devem estar sempre atentos na relação com vacinas?
Dr. Alex Freitas – Os pais devem ficar atentos ao calendário vacinal, ou seja, ao período exato de vacinar seu filho para não perder a oportunidade de proteção. Durante o ato vacinal, contudo, é importante também tirar as dúvidas sobre o que está sendo aplicado, além de cuidados em relação à conservação das vacinas. Um bom sistema de refrigeração garante a qualidade dos produtos.
CORREIO – Como surgiu a ideia de trazer para o sul do Pará a primeira empresa particular de vacinação, a Imune?
Dr. Alex Freitas – Surgiu através da necessidade de vacinar meus filhos contra certos males. Na época era necessário ir para Belém atrás das vacinas que o serviço público não dispunha. Daí percebi que outras pessoas tinham a mesma dificuldade. Foi então que eu pensei em criar um serviço privado de vacinação que dispusesse das vacinas que o serviço público oferece, e de vacinas que não são ofertadas pelo SUS.
CORREIO – A Imune trabalha com que tipos de vacinas e como funciona o seu trabalho junto ao público?
Dr. Alex Freitas – a Imune trabalha com todo tipo de vacina contra doença infecto-contagiosa. Nós só não trabalhos com vacina contra alergias. Na imune nós oferecemos a proteção, orientamos sobre o que se pretende evitar com cada aplicação, alertamos sobre eventuais efeitos colaterais, e por fim enviamos avisos para os clientes sobre as próximas doses.
CORREIO – O senhor acredita que as pessoas – muitas até por falta de informação –, negligenciam a prevenção de doenças?
Dr. Alex Freitas – Infelizmente as pessoas acham que vacina é coisa apenas para criança. Outros acreditam que algumas vacinas vão causar problemas, ao invés de prevenir aquela doença. Mero mito! Um exemplo da importância da vacinação foi o surto de febre amarela que o país viveu esse ano. problemas no abastecimento e a baixa procura da população por essa vacina fizeram os caso da doença explodirem por todo Brasil.
CORREIO – O brasileiro em geral trata este como um tema em segundo plano, não tão urgente como deveria?
Dr. Alex Freitas – A vacina geralmente é aplicada através de uma injeção. Isso por si só já afasta algumas pessoas. Além disso, muita gente não se dá conta do benefício adquirido ao tomar uma vacina. Veja o exemplo. Se uma pessoa compra uma camisa nova, ou vai ao salão de beleza, onde ela vê e sente o item recém adquirido, tem a sensação de posse, de benefício. Na vacina, onde você não “pega” no item recém adquirido, a importância que se dá é menor. Um erro das pessoas!
CORREIO – Seguidas campanhas de governo têm tentado alcançar os idosos em relação à gripe. O que faz dessa faixa da população tão suscetível a doenças?
Dr. Alex Freitas – No extremos das idades, como os idosos e crianças pequenas, o sistema imunológico é mais frágil. Desta forma o corpo fica sujeito a doenças, inclusive a gripe, a pneumonia e etc. Pensando por esse lado, o governo resolveu investir na prevenção dessas doenças nos idosos, o que resultou em menor internação hospitalar e menos morte por gripe e suas complicações. Isso resultou em grande economia para o SUS, além de diminuir a ocupação de leitos nos serviços públicos
CORREIO – Hepatite e outras doenças modernas preocupam cada vez mais. Como funciona a prevenção?
Dr. Alex Freitas – A hepatite é a inflamação do fígado. Essa inflamação pode ocorrer de diversas formas. Uma delas pode ser pelos vírus da hepatite, conhecidos como vírus das hepatites A, B e C. Existem outros vírus menos conhecidos que também provocam esse tipo de doença. Para prevenir essas hepatites virais, basta tomar a vacina específica de cada uma delas. A vacina contra hepatite A protege contra essa doença, mas não contra as outras formas de hepatite. Assim, se alguém quiser se proteger contra a hepatite B, deve tomar uma vacina especifica contra essa doença. Ambas disponíveis nas clinicas particulares como a Imune.
Infectologista dos mais respeitados do Norte do país, residente em Marabá, o médico Alex Freitas aceitou conversar com o CORREIO nesta semana do Médico. Ao falar sobre as doenças com que lida no dia a dia, ele destacou que nada se compara a prevenir qualquer ocorrência, e que o investimento feito pelas pessoas nesse sentido sempre será mais barato do que precisar de tratamento posterior.
Ele faz parte da equipe do Hospital Regional do Sudeste do Pará Geraldo Veloso e, fora do serviço público, é também um empreendedor mantendo, em sociedade com a esposa, a clínica de vacinação Imune, na Cidade Nova. Acompanhe a conversa:
Jornal CORREIO – O senhor é um dos mais experientes infectologistas da nossa região, com longa atuação no sul do Pará, a partir de Marabá. Como vê a importância da prevenção de doenças, levando em conta a nossa realidade regional?
Dr. Alex Freitas – A prevenção é a parte mais bonita da Medicina, e de fundamental importância para a saúde individual e coletiva de uma sociedade. Na nossa região os investimentos na saúde, a exemplo do que ocorre no restante do pais, são baixos. As medidas preventivas são eficazes e mais baratas do que as medidas curativas. Eu explico. Se, por exemplo, uma prefeitura consegue montar um posto de saúde para controlar a pressão arterial dos hipertensos daquela comunidade, ela investe relativamente pouco. Isso é prevenção. Ao contrário, se não há esse controle dos hipertensos, isso pode resultar em mais casos de infartos e derrames, com implicações nefastas para o paciente, e onerosas para a gestão pública de saúde.
CORREIO – As vacinas são mecanismos eficazes na defesa do organismo humano contra agentes infecciosos e bacterianos. Quais doenças podem ser prevenidas com elas?
Dr. Alex Freitas – Depois da água potável, a vacina é o meio mais eficaz de prevenir uma doença. Através das atuais vacinas é possível prevenir dezenas de doenças tais como hepatites virais, que podem causar cirrose e câncer de fígado, as vacinas podem prevenir também meningites, pneumonias, infecção pelo HPV, que causa câncer de colo de útero, tuberculose, tétano, dentre outras tantas enfermidades que podem levar até a morte.
CORREIO – Sabemos que a vacinação pública é limitada e muitas vezes depende de campanhas. Como funciona a lógica do governo para fornecimento de vacinas?
Dr. Alex Freitas – As secretarias municipais de saúde fazem o levantamento do que e necessário para vacinar uma determinada população, daí um boletim é enviado para as Secretarias Estaduais, que fazem a distribuição para os municípios. O Ministério da Saúde, por sua vez, é quem abastece os estoques dos estados.
CORREIO – O que os pais devem estar sempre atentos na relação com vacinas?
Dr. Alex Freitas – Os pais devem ficar atentos ao calendário vacinal, ou seja, ao período exato de vacinar seu filho para não perder a oportunidade de proteção. Durante o ato vacinal, contudo, é importante também tirar as dúvidas sobre o que está sendo aplicado, além de cuidados em relação à conservação das vacinas. Um bom sistema de refrigeração garante a qualidade dos produtos.
CORREIO – Como surgiu a ideia de trazer para o sul do Pará a primeira empresa particular de vacinação, a Imune?
Dr. Alex Freitas – Surgiu através da necessidade de vacinar meus filhos contra certos males. Na época era necessário ir para Belém atrás das vacinas que o serviço público não dispunha. Daí percebi que outras pessoas tinham a mesma dificuldade. Foi então que eu pensei em criar um serviço privado de vacinação que dispusesse das vacinas que o serviço público oferece, e de vacinas que não são ofertadas pelo SUS.
CORREIO – A Imune trabalha com que tipos de vacinas e como funciona o seu trabalho junto ao público?
Dr. Alex Freitas – a Imune trabalha com todo tipo de vacina contra doença infecto-contagiosa. Nós só não trabalhos com vacina contra alergias. Na imune nós oferecemos a proteção, orientamos sobre o que se pretende evitar com cada aplicação, alertamos sobre eventuais efeitos colaterais, e por fim enviamos avisos para os clientes sobre as próximas doses.
CORREIO – O senhor acredita que as pessoas – muitas até por falta de informação –, negligenciam a prevenção de doenças?
Dr. Alex Freitas – Infelizmente as pessoas acham que vacina é coisa apenas para criança. Outros acreditam que algumas vacinas vão causar problemas, ao invés de prevenir aquela doença. Mero mito! Um exemplo da importância da vacinação foi o surto de febre amarela que o país viveu esse ano. problemas no abastecimento e a baixa procura da população por essa vacina fizeram os caso da doença explodirem por todo Brasil.
CORREIO – O brasileiro em geral trata este como um tema em segundo plano, não tão urgente como deveria?
Dr. Alex Freitas – A vacina geralmente é aplicada através de uma injeção. Isso por si só já afasta algumas pessoas. Além disso, muita gente não se dá conta do benefício adquirido ao tomar uma vacina. Veja o exemplo. Se uma pessoa compra uma camisa nova, ou vai ao salão de beleza, onde ela vê e sente o item recém adquirido, tem a sensação de posse, de benefício. Na vacina, onde você não “pega” no item recém adquirido, a importância que se dá é menor. Um erro das pessoas!
CORREIO – Seguidas campanhas de governo têm tentado alcançar os idosos em relação à gripe. O que faz dessa faixa da população tão suscetível a doenças?
Dr. Alex Freitas – No extremos das idades, como os idosos e crianças pequenas, o sistema imunológico é mais frágil. Desta forma o corpo fica sujeito a doenças, inclusive a gripe, a pneumonia e etc. Pensando por esse lado, o governo resolveu investir na prevenção dessas doenças nos idosos, o que resultou em menor internação hospitalar e menos morte por gripe e suas complicações. Isso resultou em grande economia para o SUS, além de diminuir a ocupação de leitos nos serviços públicos
CORREIO – Hepatite e outras doenças modernas preocupam cada vez mais. Como funciona a prevenção?
Dr. Alex Freitas – A hepatite é a inflamação do fígado. Essa inflamação pode ocorrer de diversas formas. Uma delas pode ser pelos vírus da hepatite, conhecidos como vírus das hepatites A, B e C. Existem outros vírus menos conhecidos que também provocam esse tipo de doença. Para prevenir essas hepatites virais, basta tomar a vacina específica de cada uma delas. A vacina contra hepatite A protege contra essa doença, mas não contra as outras formas de hepatite. Assim, se alguém quiser se proteger contra a hepatite B, deve tomar uma vacina especifica contra essa doença. Ambas disponíveis nas clinicas particulares como a Imune.