Usuários do plano de saúde Unimed Fama procuraram o CORREIO no fim da manhã desta segunda-feira (2) para informar sobre uma denúncia protocolada por um grupo de 27 pacientes no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) contra a operadora de serviços médicos.
No documento, o grupo relata que os serviços na área de oncologia (ramo da ciência médica que lida com tumores e com câncer) estão suspensos desde o dia 3 de fevereiro, sendo que as sessões de quimioterapia (tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor) deixaram de ser oferecidas pela prestadora de serviços contratada pela Unimed a partir do último dia 19.
“Muitos de nós aqui presentes realizamos tratamento oncológico junto à clínica Oncoradium, única prestadora desse serviço em Marabá, há bastante tempo, (pois) temos confiança e interatividade com os médicos que nos atendem e nos acompanham”, narra trecho da denúncia.
Leia mais:A Unimed Fama, acredita o grupo, estaria inadimplente com os prestadores de serviços médicos na cidade por mais de 60 dias. “Isso faz com que muitas clínicas suspendam os atendimentos. Esses pacientes não podem esperar, sob pena de um agravo do quadro clínico deles”, afirma a advogada Roberta Celestino Ferreira, que representa o grupo.
Ainda de acordo com a advogada, cerca de 20 mil usuários estão sendo prejudicados pelo ‘abacaxi’ com a empresa de planos de saúde. “Na atualidade, nós temos umas 20 mil vidas na Unimed Fama. São pessoas que têm contratos coletivos, contratos individuais, familiares, empresariais e outros. A situação é gritante”, avalia.
A paciente Rosana Cristina Pereira da Costa conta que está no plano Unimed Fama por um intercâmbio após ser recusada pela empresa aqui em Marabá pelo seu estado clínico. Ela é atendida pela Unimed Vertente do Caparaó, de Minas Gerais.
“Eu sei que eu fui parar na Vertente do Caparaó, onde me aceitaram como usuária do plano. Como há uma questão de intercambio, a Unimed não mandava minha documentação para lá (Minas Gerais) a fim de que eu pudesse iniciar as minhas sessões de quimioterapia aqui (em Marabá)”, argumenta.
Para ela, resolver o problema é o único desejo do grupo. “A Unimed Fama pediu até a última sexta-feira (28) para solucionar o caso. Não aconteceu, por isso acionamos o Ministério Público e estamos aqui com vocês (Grupo Correio). A nossa maior vontade é que o serviço seja restabelecido e que, desculpe-me o termo, essa palhaçada tenha um basta”, sustenta.
NOTA
Procurada pela Reportagem, a Unimed Fama enviou a seguinte nota de esclarecimento a respeito das alegações feitas pelo grupo:
“A Unimed Fama informa aos seus beneficiários que os atendimentos oncológicos estão sendo garantidos de maneira regular, isto é, de acordo com a legislação aplicável e normas contratualmente estabelecidas.
Destacamos também que há apenas um estabelecimento disponível para realização destes procedimentos em Marabá, qual seja a Clínica Oncoradium, que, de maneira unilateral, e sem qualquer tipo de notificação formal, suspendeu os atendimentos do convênio. Com isso, estão sendo empreendidas diversas tentativas de resolução amigável para o imbróglio, o que, até o presente momento, não foi possível.
Todavia, a Unimed FAMA, conforme o que dispõe a Resolução Normativa nº 259 da ANS, não tem se furtado a garantir os atendimentos dos beneficiários, uma vez que, como prevê a referida norma regulatória, em caso de indisponibilidade de atendimento da rede credenciada, a operadora tem o dever de cobrir os custos de transferência dos pacientes até local com disponibilidade de atendimento.
Dessa forma, informamos que os beneficiários que tiverem qualquer problema quanto aos atendimentos com a referida Clínica, que procurem nosso atendimento presencial, localizado na Rua Sol Poente, 2190 — Cidade Nova ou por meio de nosso Call Center 0800-660 0200/4020-7000, para que possamos garantir os atendimentos, conforme legislação vigente”. (Vinícius Soares)