Correio de Carajás

Unifesspa promove debate sobre ditadura na Amazônia

Com objetivo de debater os impactos da ditadura militar nesta região – cuja dimensão mais visível foi a Guerrilha do Araguaia – acontece em Marabá na semana que vem (dias 3 e 4), o evento denominado “A ditadura e a guerrilha no Brasil – memória e reflexão sobre o regime militar no sudeste do Pará”, que será realizado no Campus I (Folha 31, Nova Marabá) da universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

O evento é organizado e realizado pela Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia-Tocantins (FACSAT) e Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Unifesspa, e contará com a exibição do documentário “Soldados do Araguaia”, segundo informou a professora Joseline Trindade, uma das organizadoras do debate.

Sobre o documentário, Joseline disse que a organização do evento está aguardando o retorno da produção do filme quanto à possível participação de um dos produtores no dia da exibição. De acordo com a programação oficial do evento, a abertura ocorrerá às 18h30 da terça-feira (3), com uma mesa redonda sob o tema “A ditadura em debate: Impactos e heranças do regime militar no Sudeste paraense”.

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Estão confirmados para o debate os professores Rodrigo Correa Diniz Peixoto (da UFPA), Erinaldo Vicente Cavalcanti (da UNIFESSPA). Naurinete Fernandes Inácio Reis (UNIFESSPA e USP) e Janailson Macêdo Luiz (UNIFESSPA e USP), sob a mediação da professora Célia Regina Congilio (também da UNIFESSPA).

No dia 4, também às 18h30, acontece a exibição do documentário “Soldados do Araguaia” e debate com o público participante, sob a mediação do professor Fabiano Campelo Bechelany (da UNIFESSPA). O momento promete ser rico em tempos onde surgem muitas dúvidas sobre o que realmente foi o período militar no Brasil.

SOBRE O DOCUMENTÁRIO

O documentário que será exibido no dia 4 relata a história da Guerrilha do Araguaia (1967-1974) a partir das impressões, memórias e traumas dos recrutas do Exército Brasileiro que tomaram parte no conflito. Da convocação junto às comunidades ribeirinhas e rurais até a dispensa após o extermínio do grupo comunista, os relatos dos ex-soldados compõem uma narrativa em que recrutas e guerrilheiros se confundem debaixo da opressão militar.

De acordo com a sinopse do documentário, que tem duração de 73 minutos e foi dirigido por Belisario Franca, a guerrilha é tratada como o “Vietnã” brasileiro, de onde os vencedores retornaram apenas como fantasmas: precisam lutar até hoje para superar os episódios de abuso e violência que sofreram e testemunharam. (chagas Filho)