Correio de Carajás

Unifesspa lança, nesta quinta-feira, ferramenta Matriz Insumo-Produto

Objetivo da Universidade é mostrar as relações entre as atividades econômicas da região e como elas causam impactos

Lucas Rodrigues, professor da Faculdade de Ciências Econômicas, avalia que a MIP é fundamental para o planejamento econômico de uma sociedade/ Foto: Evangelista Rocha

A Matriz Insumo-Produto (MIP) é o instrumento feito com base na análise econômica e de contabilidade social que permite conhecer os fluxos de bens e serviços produzidos nos setores de determinada economia, destinados a servir de insumos para os demais setores.

Nesta quinta-feira, 5 de outubro, a partir das 15 horas, no auditório da Unidade III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), será feito o lançamento da MIP em Marabá. Elaborada pelo Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam), a ferramenta conta com a parceria da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas.

Previamente, o CORREIO conversou com o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Unifesspa, Lucas Rodrigues, que explicou que a MIP começou a ser desenvolvida no final do ano de 2019.

Leia mais:

“Esse instrumento busca, basicamente, mensurar o impacto que uma atividade econômica vai ter na economia como um todo, como por exemplo, a atividade agropecuária. Se a atividade cresce um milhão de reais, como o setor de fabricação de alimentados vai ser impactado? Como é que a atividade da indústria vai ser impactada? Como esse crescimento vai influenciar no emprego e na geração de salários? Todos esses questionamentos podem ser feitos e são respondidos pela MIP”, garante.

A pesquisa foi realizada em todo o Estado do Pará e possui um mapeamento específico para a região sul e sudeste. Toda a pesquisa foi feita a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fapespa, em relação às atividades econômicas, o que elas produzem e o que consomem para realizar essa produção.

 

“A partir dessas informações, a gente consegue calcular os impactos, como a atividade da agropecuária que está crescendo e acaba demandando mais combustível, por exemplo. Essa atividade vai impactar a atividade que produz combustível, que vai demandar uma série de outras atividades”, evidencia.

Com isso, a MIP permite observar algumas atividades, extremamente relevantes em relação ao tamanho do Estado, e de que forma a economia local é suficiente para abastecer essas atividades ou como essa demanda acaba vazando para outras esferas, como é o caso da indústria do minério de ferro.

O professor Lucas explica que esse setor, em específico, tem uma produção extremamente elevada para o Pará e emprega muita gente. Mas, quando é analisada a estrutura de abastecimento dessa atividade é observado que boa parte do que ela consome não é produzida na região.

“Então, a demanda dessa atividade vai para outras esferas, ou seja, o impacto dessa atividade não vai ficar no Estado, vai para outro lugar.  É uma atividade que produz muito valor, mas que emprega relativamente pouco em relação ao total de valor que produz. Dessa forma, a MIP consegue mostrar o tamanho do impacto das atividades, tanto de produção, empregos e salários”, detalha.

Ela é importante, também, para o planejamento econômico do país e das regiões específicas, como ferramenta essencial para que possam ser feitas análises das atividades e como ela vai impactar o restante da cadeia.

A última vez que uma MIP foi feita no Pará, foi no ano de 2009.

“Por isso a importância de ter um produto confeccionado inteiramente no Estado e em uma universidade do interior. A gente absorveu todo o conhecimento para replicar isso”, finaliza. (Ana Mangas)