Correio de Carajás

Trio vai preso de noite e foge na manhã seguinte

Presos na noite da última segunda-feira (19), acusados de roubo, três elementos não chegaram a passar nem um dia sequer no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA). Às 10 horas da manhã de terça (20), eles fugiram da casa penal. Segundo o Boletim de Ocorrência Policial da fuga feito por um agente prisional (cujo nome será preservado), os fujões estavam na ala do regime semiaberto, que “não conta com vigilância integral e eficiente”.

Os presos que fugiram são Lucas Guimarães Vieira, Wanderson dos Santos Costa e Jaison Batista da Luz, todos com 21 anos de idade. O detalhe é que todos três já eram foragidos do CRAMA. Ou seja, já sabiam o caminho das pedras e agora estão “livres” de novo.

Sobre essa situação de fragilidade no CRAMA, descrita no BO, o jornal enviou e-mail solicitando informações da Superintendência do Sistema Penal (SUSIPE). E, em nota, a SUSIPE disse – estranhamente – que “não pode se pronunciar a respeito do caso porque ainda não teve acesso ao boletim de ocorrência e nem ao conteúdo do documento”.

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Vale dizer que o Boletim de Ocorrência foi gerado exatamente às 18h10 de terça-feira, e o e-mail respondido às 16h06 de ontem (quarta). Ou seja, mesmo em tempos de informações instantâneas, 22 horas depois do BO registrado a SUSIPE alega que ainda não tinha acesso ao documento.

Mais estranho ainda é que, na mesma nota, a SUSIPE sugeriu ao jornal que procurasse a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar para solicitar um posicionamento. “A segurança de todas as unidades prisionais do Estado é de competência e responsabilidade da PM”, diz o e-mail.

Diante disso, o jornal procurou logo o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, coronel Sidney Pessoa, que prontamente atendeu ao jornal, informando que a conferência dos internos é de responsabilidade da SUSIPE, assim como o registro policial para comunicar fugas, cabendo à Polícia Militar garantir a segurança externa das unidades penais.

Celulares roubados foram apreendidos

DA PRISÃO

Os três acusados foram presos pela Guarda Municipal com uma moto roubada e nada menos de nove celulares, além de um notebook, documentos pessoais e cartões de banco, também roubados. Eles são acusados fazer verdadeiro arrastão no Núcleo Cidade Nova, a começar pelo bairro Novo Horizonte, passando pelo Bom Planalto e depois foram se esconder em um hotel na Avenida Transamazônica, onde foram presos.

Para chegar ao trio a Guarda Municipal foi procurada por uma das vítimas que conseguiu rastrear o celular roubado, através de um aplicativo que tem essa finalidade. Primeiro foram presos os acusados de autoria do assalto, Lucas Guimarães Vieira e Wanderson dos Santos Costa. Em seguida foi preso Jaison Batista da Luz, acusado de estar dando cobertura à dupla.

Além dos três presos – que já eram foragidos de Justiça – uma mulher foi encontrada com eles, mas foi verificado que ela não participou dos assaltos, figurando apenas como acompanhante de um dos acusados. Diante disso, ela foi ouvida pela polícia e liberada.

Na ocasião, a reportagem do Jornal CORREIO tentou conversar com os três acusados, mas nenhum deles quis dar sua versão sobre o caso. Por outro lado, o sargento C. Ramos, que participou da ação, a Polícia Militar havia sido informada pelo NIOP que o primeiro crime da noite cometido pelos acusados foi o roubo de uma moto preta.

Em seguida, foram informados de que os dois primeiros acusados estavam presos em um hotel. Àquela altura eles haviam sido reconhecidos por uma das vítimas que conseguiu rastrear o celular roubado. Quando os PMs chegaram ao local, já encontraram os acusados em poder da Guarda Municipal. Nessa ocasião, foi informado que havia um terceiro integrante do bando.

Já o guarda municipal Diego contou que foram informados dos roubos por uma mensagem de WhatsApp. Quando começaram a juntar as peças descobriram que era o mesmo bando quem estava fazendo os crimes naquela noite. Logo em seguida, o celular foi rastreado no hotel onde o grupo estava escondido. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)

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Ao serem abordados pela Guarda Municipal, antes da chegada da Polícia Militar, os acusados juntaram R$ 6 mil em dinheiro e tentaram subornar os guardas para que não fossem apresentados à polícia, mas os agentes públicos não só recusaram a propina, como também gravaram a tentativa de suborno dos acusados para repassá-la à Justiça como parte do processo criminal.