Correio de Carajás

Transporte Coletivo: Terminal de integração seria luz no fim do túnel

Entra prefeito e sai prefeito, um dos problemas mais antigos de Marabá, que se arrasta até hoje, é o transporte coletivo urbano, alvo de reclamação constante dos usuários. A longa espera nas paradas de ônibus devido à escassez de veículos é o que mais irrita o marabaense que precisa embarcar nos ônibus todos os dias para se locomover na cidade. Diante do problema, uma solução vem sendo apontada há tempos, a criação de um terminal de integração, como ocorre em grandes cidades. Novamente, o assunto vem à baila com a promessa de que de 2019 não passa. Será?

De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Karam El Hajjar, as empresas que exploram o serviço em Marabá procuraram o município para propor a construção do terminal, que seria bancado pela empresa, com investimento de R$ 1,2 milhão.

O local escolhido fica na Avenida Verdes Mares, na Nova Marabá (entre as Folhas 22 e 23), uma área pública, cuja construção depende de aprovação da Câmara Municipal de Marabá (CMM), mas o projeto ainda não foi analisado, votado e aprovado e talvez isso não aconteça em 2018.

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Karam explica que com o terminal, todas as rotas de ônibus serão dimensionadas, tudo iniciando e terminando no terminal com pagamento único dentro do novo espaço. Ou seja, o passageiro vai trocar de ônibus dentro do terminal, o que deverá encurtar a viagem, pois o prazo de espera nas paradas de ônibus será menor. As empresas também sairão ganhando, pois cada veículo não fará viagens muito longas, como ocorrer hoje em dia.

“O terminal de integração vai ser um grande passo para o transporte coletivo, porque vamos melhorar o fluxo de veículos”, aposta Karam, explicando novamente que o Poder Executivo já concordou e agora o caso vai para as mãos do Poder Legislativo. Vencidas essas etapas, se inicia a construção, que deve durar entre quatro e cinco meses.

Ainda conforme o secretário, o município pretende, dentro do Plano de Mobilidade Urbana, em dois anos regulamentar o sistema de transportes entre o distrito sede e os distritos rurais. Além disso, pretende também assegurar o transporte coletivo em horário noturno e aos finais de semana de maneira rotineira e segura, assim como elaborar um estudo para mapeamento qualitativo e quantitativo das demandas, trajetos e horários para saber se as rotas estão corretas e, se necessário, redimensiona-las. “Com a vinda do terminal esse trabalho fica mais fácil de fazer”, acredita.

DEFICITÁRIAS

Atualmente, Marabá conta com 23 rotas de transporte coletivo, das quais 10 terminam no bairro Bela Vista, 11 no Belo Horizonte, duas rotas na Marabá Pioneira. Em todas as rotas há ônibus que passam por Morada Nova e Vila Sarandi. “Esse fluxo hoje é muito oneroso para a empresa porque um ônibus que sai de Morada Nova faz todo esse percurso”, explica.

As duas empresas que exploram o serviço de transporte coletivo urbano em Marabá dispõem de 67 veículos, ficando 50 em operação, 10 carros na reserva, para emergência, e sete ficam em contínua manutenção. Além disso, há poucos meses, chegaram 20 ônibus de Goiânia, mas ainda não é possível dizer se estão rodando.

O secretário observa ainda que a situação das empresas de ônibus em Marabá é complicada, pois elas estão em recuperação judicial e tem perdido muitos usuários para o chamado transporte alternativo, devido ao atendimento ter se tornando cada vez mais precário ao longo dos anos. “A empresa tem a consciência de que para ela retomar os usuários tem que melhorar o serviço dela”, observa.

Hoje, os ônibus atendem 526 mil pessoas por mês, mas desse total nada menos de 77.350 utilizam gratuitamente (principalmente aposentados, militares em serviço e carteiros). Além disso, 126.587 pagam meia passagem

Esses números são bem menores do que em anos anteriores, vêm caindo paulatinamente de forma mais acentuadas nos últimos dois anos, com a chegada do taxi lotação e também do serviço de Uber, que já funciona a todo vapor em Marabá. No ano de 2010, as duas empresas transportavam em média 700 mil pessoas por mês. (Chagas Filho)