O prefeito Tião Miranda autorizou a revisão do preço da tarifa do transporte coletivo urbano de Marabá, e a partir da próxima terça-feira, 19, o usuário terá que desembolsar R$ 0,40 a mais para pagar a passagem de ônibus.
O reajuste de mais de 10% vai pesar no bolso dos passageiros que precisam se locomover através do transporte público coletivo na cidade. A passagem, que atualmente custa R$ 3,60, vai pular para R$ 4,00 e, para os estudantes que pagam meia, o preço ficará R$ 2,00.
Se um trabalhador que ganha um salário mínimo usa o ônibus para ir trabalhar, voltar para o almoço, retornar no início da tarde ao trabalho e, no final do dia ir para casa descansar, quando o mês terminar terá desembolsado R$ 352,00 só com transporte coletivo.
Leia mais:O Decreto n° 328 foi divulgado nesta sexta-feira, 15, no Diário Oficial dos Municípios com a justificativa de que a revisão é indispensável para recompor os valores de manutenção e, principalmente, despesas com óleo diesel, óleo lubrificante, pneus, peças, insumos e licenciamento do veículo.
“Que os cálculos dos custos do transporte coletivo foram realizados com parâmetros na planilha da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), ratificando o impacto do aumento nos preços dos itens básicos para operação do sistema, principalmente no valor do óleo diesel, que superou 14%, em março de 2022, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM), em consequência do conflito no Leste da Europa, entre os países Rússia e Ucrânia, o que vem impactando na economia mundial”, diz um trecho do documento, informando que o reajuste foi aprovado, em maioria dos votos, pelo Conselho Municipal de Transporte Público após análises e avaliações sobre a situação”.
Vale ressaltar que Tião Miranda sancionou uma lei que autoriza um repasse de até R$ 200 mil mensais para a empresa de transporte público coletivo. De acordo com a Lei n° 18.105, de 20 de abril de 2022, o valor é decorrente dos efeitos contínuos da pandemia da covid-19 e vai servir para custear parte da operação do serviço.
A “ajudinha” do prefeito encerrará automaticamente em até 120 dias após a entrega do Terminal, cuja obras estão paradas.
Relembre
Para ter direito ao repasse, a empresa deverá enviar à Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI) relatórios da quilometragem rodada, quantidade de passageiros pagantes e não pagantes (inteiras, gratuidades e meias passagem estudantis), receita tarifária auferida e o Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE) que vai fornecer em tempo real os dados necessários para a contabilização diária da quantidade de passageiros transportados.
Dentre as especificações, a empresa também deverá atender aos seguintes padrões de qualidade: uso de máscaras faciais pela tripulação e pelos passageiros, disponibilidade de álcool gel nos veículos, limite de passageiros previsto nos protocolos de distanciamento e a disponibilidade de veículos, no prazo de até 20 minutos, para atender a respectiva rota, quando ultrapassado o limite de passageiros.
Todos esses pré-requisitos serão fiscalizados por uma Comissão Especial da SMSI. O descumprimento de algum dos padrões de qualidade implicará no repasse do subsídio à autorizada.
Será que todos os padrões de qualidade estão sendo executados?
A Reportagem do CORREIO tentou ouvir o secretário de Segurança Institucional, Jair Guimarães, presidente do Conselho Municipal de Transporte, para saber se o reajuste começa a valer, de fato, a partir da próxima terça-feira, 19, mas ele não respondeu.
Beto Jamaica, membro do Conselho Municipal de Transporte, também procurado pela Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS, disse que estava surpreso com a informação e que o assunto foi ventilado em reunião do órgão há alguns meses, mas que não havia sido aprovado. (Da Redação)