A rainha da diversidade Kathy Oeiras e a brincante Paola Shisnayder, das juninas Splendor e Fogo no Rabo, respectivamente, carregaram a bandeira da representatividade na 6ª noite do 36º Festejo Junino de Marabá, ocorrido nesta quarta-feira (28). O último dia de competição entre as quadrilhas do grupo A coincidiu com a data mundial do Orgulho LGBTQIA+ e a comunidade se fez presente através das duas figuras.
Representando o “Q” da sigla, o quadrilheiro Matheus Oeiras, fez da arena um palco para sua adoção artística. As vestes e a maquiagem nas cores verde e roxo chamou atenção e deu destaque positivo a quadrilha Splendor. Conhecidas em um passado não muito distante como “transformistas”, as drag queens são uma forma de expressão e cultura que, no caso de Kate, também representou tradição junina através do personagem e da dança.
Faltaram palavras para que a gata pudesse descrever à reportagem do CORREIO o misto emoções que foi se apresentar na arena junina e representar a comunidade em um dia tão importante. Vibrando após a apresentação, a rainha da diversidade disse que o momento superou suas expectativas que eram altas.
Leia mais:A transgeneridade (T) também foi representada. A quadrilheira Paola, da junina Fogo no Rabo, entregou atuação. Batendo um leque amarelo, foi possível ver que se para alguns, a mulher trans não merece visibilidade, no teatro da junina em questão ela foi o centro das atenções. Suas expressões belenenses carregadas foram motivo de muita diversão pelo público que, em muitos momentos, chegou a gargalhar alto com seu papel cômico.
PARA NÃO ERRAR
Essencialmente, uma pessoa é trans, portanto, quando nasce biologicamente homem mas não se identifica assim, seja por se reconhecer como mulher.
A arte drag transcende o entretenimento e a “estética exagerada”. Ela tem ampliado os horizontes dentro da cultura pop e conquistado visibilidade e respeito. Drag queens e drag kings inspiram e deslumbram por transparecer a sensação de liberdade.
Ocupando um lugar que não é de performance, nem teatro ou personagem, ela está mais para um ponto fora da curva que rompe os limites. Não há como normatizar o que é uma drag da forma como se é padronizado, já que cada uma encontra seu modo de ser. Não existe regra ou rótulo, basta apenas se montar.
Kathy Oeiras aproveitou para mandar um recado à todas as rainhas da diversidade que, assim com ela, levantam a bandeira LGBTQIA+ e pediu que continuem trilhando seus caminhos: “Não desistam, continuem a brilhar e brilhem muito. Essa é a graça. Entrar na quadra e mostrar exatamente para o que viemos”, aconselhou. (Thays Araujo)