No próximo dia 4 de janeiro completa um ano da morte de Maura Dubal Martins Souza, que morreu com um tiro na cabeça, na casa onde morava, na Vila Militar Castelo Branco, e até hoje as autoridades não descobriram o que aconteceu. Inicialmente, parecia ser um caso clássico de suicídio, mas uma investigação preliminar da Polícia Civil percebeu que essa hipótese não estava devidamente comprovada. Foi aí que as investigações começaram, mas até hoje não há uma resposta.
O primeiro delegado a cuidar do caso foi William Crispim. Na época, ele informou que a posição do tiro não deixava claro se tratar de suicídio. Algum tempo depois a investigação foi repassada ao delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, titular do Departamento de Homicídios.
Vargas não fala sobre os casos que investiga, mas a reportagem apurou que desde o mês de abril a Polícia Civil espera pelo resultado de uma perícia que foi solicitada ao Centro de Perícias Científicas (CPC), por parte do Instituto Médico Legal (IML), mas o resultado dessa perícia nunca foi apresentado à Polícia Civil.
Leia mais:No CPC em Marabá, a informação repassada é de que a perícia exigida pela Polícia Civil só pode ser feita em Belém e a demanda foi repassada para a sede do CPC na capital, mas até hoje não houve retorno. Diante disso, a reportagem entrou em contato por telefone com a Assessoria de Comunicação do CPC em Belém.
A resposta repassada pela Ascom, por telefone, é de que todas as perícias exigidas para este caso já foram devidamente concluídas e repassadas para a Polícia Civil. Ocorrer que essa informação contrasta com o que foi informado no IML de Marabá e também na Polícia Civil.
Inclusive, o advogado Lourival Cardoso, constituído pela família para acompanhar o caso, relata que já acionou até mesmo a Corregedoria do CPC para ter acesso à perícia que está faltando, que é uma “necropsia indireta”. O resultado dessa perícia pode ser a peça que está faltando para montar esse quebra-cabeça.
Sobre este assunto, a única coisa que o delegado Toni Vargas falou é que, de posse desse resultado, ele conclui as diligências e terá 30 dias para analisar todo material coletado e concluir o inquérito. O policial deixou claro que a intenção de seu trabalho é esclarecer o que aconteceu no final daquela manhã do dia 4 de janeiro.
Enquanto isso, sofrem os familiares de Maura, como é o caso de uma prima Iara Batista, que mora em Florianópolis (SC), e uma tia, Daniza Ione Almeida Dubal, residente em Santa Maria (RS). Elas dizem ter certeza de que Maura não cometeu suicídio e se dizem desconfiadas de tantos contratempos para elucidar o caso.
“Quanto mais o tempo passa, mais desconfiados nós ficamos, mais sem entender realmente qual é o motivo de não concluir (o inquérito), então imploramos para que as autoridades vão atrás e concluam, para que a família possa descansar e que a gente consiga entender o que aconteceu na Vila Militar em Marabá”, argumenta Iara Batista. (Chagas Filho)