A tensão prevaleceu nos últimos dias entre os rodoviários que trabalham no transporte público de Marabá e as empresas Nasson Tur e TCA, que detêm a concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros em Marabá. Depois de dez dias em greve, os trabalhadores, representados por seu sindicato, aceitaram finalmente as condições propostas pelas empresas e deliberaram em assembleia geral o retorno ao trabalho nas primeiras horas de ontem.
Os trabalhadores cobravam pagamento dos salários atrasados referente a três meses, auxílio-alimentação e colocaram o pé na parede, uma vez que as -empresas haviam prometido no final do ano passado que quitariam os salários atrasados, o que nunca ocorreu.
Na última quinta-feira (4), em uma reunião no Gabinete do prefeito Tião Miranda, os representantes da TCA e Nasson, por meio do interventor Marino Tolentino e do gerente João Martins, se comprometeram em pagar os atrasados com repasse direto de 50% da renda diária de cada ônibus para os funcionários.
Leia mais:De acordo com Geraldo Dean Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), há uma promessa de retomada da Prefeitura na compra de vale transporte dos servidores para assim injetar o valor no transporte público. “Estão na expectativa também da recuperação judicial, esse acompanhamento será feito pela Prefeitura”, respondeu.
Segundo o sindicalista, apesar do acordo feito, a associação continuará cobrando do prefeito Tião Mirando o acompanhamento da situação de pagamento das empresas.
A Reportagem também procurou o advogado das companhias Nasson e TCA, Robert Silva, que informou sobre o início do processo administrativo para ponderar a falha das empresas e da própria Prefeitura. Segundo ele, o ponto de partida é a retomada eficiente do transporte público.
Durante a mesma reunião, a Prefeitura notificou as empresas de que terão 30 dias para se defenderem de um processo administrativo aberto em decorrência de várias circunstâncias, inclusive o atraso dos salários dos funcionários, o que tem afetado o transporte da população.
Esse é o primeiro passo da Prefeitura para abrir uma licitação para contratação de novas empresas para o serviço. A Nasson e TCA ganharam uma licitação polêmica em 2011, com direito a explorar o serviço na cidade por longos 25 anos. “Por enquanto, os funcionários aceitaram a proposta que foi elaborada pela empresa e voltam a trabalhar normalmente na manhã desta sexta-feira”, divulgou o vereador Nonato Dourado.
O dilema pressiona ainda mais as duas empresas, que enfrentam uma longa recuperação judicial e não têm certeza de que conseguirão sair dela facilmente.
Terminal
Vale lembra que, de acordo com Robert, o recém-inaugurado terminal de integração já fez cair os custos operacionais das empresas, mas que isto não foi o suficiente para melhorar a saúde financeira das concessionárias do transporte coletivo. (Karine Sued, com informações de Ulisses Pompeu)