Correio de Carajás

Sespa vai ampliar leitos da UTI Neonatal de Hospital em Marabá

Sespa vai ampliar leitos da UTI Neonatal de Hospital em Marabá

O secretário de Estado de Saúde Pública, Alberto Beltrame, esteve em Marabá, no sudeste paraense, na quinta-feira (26) e anunciou uma parceria com a Prefeitura Municipal para aquisição de leitos para a UTI Neonatal do Hospital Materno Infantil de Marabá.

No Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá, o secretário visitou a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, acompanhado pelo secretário Regional de Governo do Sul e Sudeste, João Chamon Neto, e pelo secretário Municipal de Saúde, Luciano Dias. Também acompanharam a visita a vereadora Cristina Mutran, que é integrante da Comissão de Saúde da Câmara, e a diretora da 11ª Regional de Proteção Social da Sespa, Etiene Santos.

Durante a visita, Alberto Beltrame foi informado por Luciano Dias das demandas do HMI, que atende cerca de 17 municípios da região. A previsão é que em até 30 dias os equipamentos cheguem a Marabá.

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“Eu espero que, talvez, dentro de 30 dias ou menos, a gente consiga mandar esses equipamentos. Com a chegada desses equipamentos, os recursos humanos já estão disponíveis aqui no hospital e, com isso, [vamos] habilitar o serviço junto ao Ministério da Saúde cumprindo, portanto, todas as exigências tanto de recursos humanos quanto de equipamentos, quanto de instalações para que o hospital tenha a sua UTI neonatal reconhecida”, explicou o secretário ao CORREIO.

Ainda segundo Beltrame, seu retorno a Marabá é uma reafirmação do compromisso que o governo do estado assumiu em melhorar os indicadores de saúde do Pará, criando melhores condições de atendimento também nos municípios do interior.

Luciano Dias, Etiene Santos, Alberto Beltrame, João Chamon e Cristina Mutran durante visita

“Um hospital como o Materno Infantil que já é conhecido, é uma referência, tem equipamentos, tem o que é mais difícil de se obter, que são profissionais comprometidos e qualificados, isso nós temos aqui. Então, a intenção do governo do estado é auxiliar a prefeitura municipal a fortalecer os serviços e qualificar a atenção do próprio hospital pra atender melhor não só as gestantes, mas os recém nascidos que eventualmente nascem com problema”, explicou.

O secretário municipal de Saúde, Luciano Dias, que acompanhou a visita, explicou que atualmente o HMI dispõe apenas de sete leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários), que tem capacidade para atender recém-nascidos com risco médio de complicações. Por isso, a instalação dos novos leitos de UTI vai possibilitar que o hospital ofereça de imediato assistência de alta complexidade, evitando, assim, complicações na saúde dos bebês durante uma eventual espera por transferência para outro hospital.

Ainda segundo Luciano Dias, já estão em andamento os procedimentos para receber os quatro leitos de UTI. “Nós iremos promover uma reforma aqui neste ambiente pra receber esses leitos e fazer tudo conforme a norma do Ministério da Saúde. Já licitamos todos os equipamentos periféricos e alimentação, que é uma alimentação especial pra esse tipo de atendimento. Então, todo o trabalho que nós precisamos fazer, o município já está cumprindo a sua parte, aguardando só que essa parceria se efetive pra gente poder funcionar”, informou.

Quem também acompanhou a visita ao HMI foi o secretário Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, que lembrou o quanto é necessário se disponibilizar em Marabá uma rede de assistência em saúde, pois o município é referência para outros 39 da região. “Nós sabemos que quando tratamos aqui do Hospital Materno Infantil não estamos tratando de um hospital de Marabá. São mais de 500 partos [por] mês, então essa casa de saúde atende toda a microrregião. É preciso que haja uma pactuação regionalizada para ajudar os municípios”, disse.

Redução da mortalidade

Em julho deste ano o Ministério da Saúde divulgou dados que apontam uma redução de 55% na mortalidade materna nos últimos 27 anos. Porém, os números mostram que o índice voltou a crescer desde 2013, passando de 62,1 para 64,5 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos, em 2017. Esse índice ainda está bem acima da meta firmada com Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 30 óbitos para cada 100 mil nascido vivos até 2030, conforme os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Por regiões, o Norte do país possui o maior índice: 88,9 para cada 100 mil nascidos vivos e o estado do Pará lidera o ranking com 107,4.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Alberto Beltrame, o governo firmou recentemente com os 144 municípios paraenses um pacto pela redução da mortalidade materna. “Então, a nossa preocupação nesse próximo ano é sairmos desta triste posição que o Pará ocupa de ser o campeão nacional em mortes maternas, que nós verificamos tanto em 2017 quanto em 2018. Nosso compromisso é melhorar a qualidade da atenção às gestantes, às puérperas e às mulheres em risco reprodutivo. Com isso, com a melhora da assistência ao parto, melhor atenção primária em saúde nós esperamos ter além da redução da mortalidade materna, ter uma redução na mortalidade neonatal e perinatal”, explicou. (Fabiane Barbosa)