Correio de Carajás

Sespa realiza ações de combate e prevenção ao escalpelamento

Sespa realiza ações de combate e prevenção ao escalpelamento

A navegação pelos rios faz parte do dia a dia de muitos paraenses e é uma realidade que eleva a preocupação com a segurança de todos os passageiros de embarcações. Desde 2009, a lei federal nº 11.970 regulamenta a instalação de cobertura no volante e no eixo dos motores dos barcos ribeirinhos, buscando reduzir os acidentes com escalpelamentos na Amazônia.

Em alusão ao Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, lembrado na quarta-feira (28), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está realizando a IV Semana Estadual de Enfrentamento ao Acidente de Motor com Escalpelamento.

Técnicos da Sespa já estão em portos da capital orientando barqueiros e usuários para a prevenção aos acidentes. A programação reúne ações educativas e de saúde, que ocorrem nesta terça-feira (27), na escola municipal Laurival Cunha, em Barcarena, às proximidades da Ilha das Onças.

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Durante as atividades, integrantes da Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Dpais) também ofereceram serviços para os moradores da Ilha das Onças, como orientações para melhor higiene bucal, com entrega de kit, contendo escova, creme e fio dental.

Na quarta e quinta-feiras (28 e 29), integrantes da Dpais e de faculdades parceiras estarão no Terminal Hidroviário e nos portos do Sal, Arapari e Palmeiraço. Eles farão abordagens informativas aos barqueiros, para a importância da cobertura do eixo do motor, e com a população, para os cuidados que devem tomar para evitar o acidente.

Em apoio à campanha, a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (Cpaor) também está conduzindo ações paralelas nos rios do Pará, com fiscalizações, orientações, doações de coletes salva-vidas e instalação gratuita de placas de ferro, que minimizam os riscos de acidentes envolvendo embarcações.

Escalpelamento – O acidente acontece quando os cabelos de um passageiro ou passageira se prendem ao eixo do motor e a força arranca violentamente o couro cabeludo e algumas áreas do rosto, deixando cicatrizes e deformações para o resto da vida. Provoca muitas dores e a intensa hemorragia pode levar à morte. O tratamento normalmente se estende por anos, causando traumas e sofrimentos para as vítimas e seus familiares.

No Pará, nos últimos quatro anos, as ocorrências se deram da seguinte forma: 10 casos em 2015, sete em 2016, um em 2017, sete em 2018 e sete em 2019. Os casos deste ano ocorreram com vítimas residentes nos municípios de Breves, Melgaço, Porto de Moz, Santa Izabel e Anajás, todos com intensa movimentação de embarcações.

Em caso de acidentes, a vítima deve receber os primeiros socorros no município, daí a importância das capacitações para profissionais de saúde. Após este primeiro atendimento, é preciso procurar o hospital de urgência e emergência, onde receberá continuidade do tratamento, até seguir para a Santa Casa, em Belém, que é referência nesses casos.

As campanhas ocorrem durante o ano todo e são intensificadas nas vésperas de datas específicas, como carnaval, Círio de Nazaré (em outubro) e Natal. A luta pela redução dos casos de escalpelamento resulta de um trabalho integrado feito pela Comissão Estadual de Enfrentamento aos Acidentes com Escalpelamento (Ceeae), composta pela Sespa, Marinha do Brasil, Fundação Santa Casa de Misericórdia, Defensoria Pública do Pará, Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Capitania dos Portos, Ministério Público do Pará, Sindicato dos Médicos do Estado, Sociedade Paraense de Pediatria e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entre outras entidades parceiras.

Serviço: 
Para informar sobre vítimas de escalpelamento, ligue para a Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Dpais) da Sespa: (91) 3223-8170 ou para a Fundação Santa Casa: (91) 4009-2262.

(Agência Pará)