Servidores públicos tomaram a frente da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Marabá na manhã desta terça-feira (11) após a Subsede local do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sintepp) ter anunciado greve geral nesta segunda (10), alegando que o Governo Municipal não definiu datas para pagamentos devidos.
“É uma novela! Todo ano o governo paga o retroativo de forma errada. Deveria pagar nosso retroativo no nosso enquadramento, no início de janeiro de 2020. Aí segura o dinheiro, faz uma aplicação financeira e paga um ano depois, só que paga tudo de uma vez só, enquadra no pagamento de janeiro. Neste ano, fez diferente. Como só tinha R$ 9 milhões na conta, complementou o recurso e pagou só metade desse valor, 53,5%. Falta o restante desse retroativo”, afirma a presidente da Subsede, Joyce Cordeiro.
Leia mais:Conforme o sindicato, os professores ativos, aposentados e cedidos ainda estão recebendo o Piso Salarial de 2019 porque o governo não enquadrou o percentual de 12,84% nos vencimentos básicos. “E o pessoal auxiliar de secretaria também está sem reajuste. O último foi em 2016. É mais do que justo, lógico e necessário fazer o movimento”, defende.
Joyce destaca que havia uma reunião agendada uma semana atrás, no dia 4 (terça), com a secretária de Educação, Marilza de Oliveira Leite, para discussão da pauta, mas que o encontro foi desmarcado. “O movimento começou a avançar e quando foi a última reunião agora ela cancelou, ou seja, se ela mantivesse a reunião e garantisse uma data de pagamento, esse movimento não estaria ocorrendo”, declarou.
Em comunicado divulgado nesta segunda, o Sintepp sustenta que o volume das dívidas do Governo de Tião Miranda ultrapassa os débitos deixados pelo Governo de Maurino Magalhães e João Salame. Afirma, ainda, que o governo ignora progressões e promoções funcionais.
Até o momento em que a Reportagem esteve no local, os servidores aguardavam serem recebidos pela secretária ou terem uma reunião agendada para definir datas de pagamento. “O ideal seria no mês de maio porque em junho já tem o pagamento do salário com o terço de férias, então esses valores precisam ser pagos em maio para não complicar a folha (de pagamento), que vai crescer muito em junho”, destaca Joyce Cordeiro.
TRABALHO REMOTO
A presidente da Subsede acrescentou que o Conselho Municipal de Educação decidiu pelas aulas remotas, mas o município não está arcando com as despesas de internet dos professores e a o Rede Conecta não funciona nas escolas. “Não há um tipo de bonificação ou gratificação de servidor, um aditivo conectividade, como está sendo feito em Ananindeua e outros municípios”, reclama.
Ela acrescenta, ainda, que estudantes também têm dificuldade. “Tinha que haver uma política de levantamento de quantas famílias não têm internet para o governo disponibilizar verba e garantir a conectividade para esses alunos, isso também é uma responsabilidade desse governo. Como não tem internet eles garantem a atividade impressa, que é o caderno entregue aos alunos e eles entregam semanalmente as atividades nas escolas”.
O Correio de Carajás procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá e, em nota, a administração informou que todos os esclarecimentos prestados sobre as demandas da classe dos professores são fruto de diálogo permanente entre o Sindicato e a Semed. (Luciana Marschall e Ana Mangas)