Iniciou nesta segunda-feira, 10, a programação da Semana do Idoso em todas as unidades de saúde de Parauapebas. Com o tema “Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa”, várias ações serão realizadas alusivas à Semana do Idoso, que encerra sexta-feira, 14, e faz parte das celebrações do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado no sábado, 15.
Além das unidades de saúde, algumas ações serão realizadas em escolas da rede pública. A Semana do Idoso em Parauapebas, é organizada pela Supervisão de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Durante a programação, serão realizadas consultas, sala de espera, roda de conversa, palestra, apresentações culturais, entre outras. O objetivo da Semana é a valorização integral da pessoa idosa e combater a violência, que ainda é um quadro triste no Brasil e várias partes do mundo.
Leia mais:Segundo dados do IBGE de 2017, o Brasil tem 30,2 milhões de idosos, mais que o dobro da população da Bahia, e a tendência é de forte crescimento desse número nos próximos anos. De acordo com Organização das Nações Unidas, até 2050 o número de idosos no mundo irá dobrar.
Só em 2017 o Ministério dos Direitos Humanos registrou 33 mil denúncias de maus-tratos contra idosos, entre violência psicológica e sexual, agressão e abandono. Esses dados foram colhidos a partir das denúncias feitas pelo Disque 100 e equivalem a 90 casos registrados por dia, quatro por hora.
Com o envelhecimento da população brasileira, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) vê necessidade de proteger pessoas na terceira idade contra violações de direitos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a medida em que a população mundial envelhece, a expectativa é de que o número de pessoas que vivem com demência triplique até 2050.
O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa serve para alertar para os riscos e sinais de agressões — físicas e psicológicas — contra a população na terceira idade. De acordo com os dados do IBGE, dos mais de 30 milhões de idosos registrados em 2017 no Brasil, as mulheres são maioria, 16,9 milhões (56%), enquanto os homens idosos representam 44% — 13,3 milhões.
Segundo o Instituto, em 2031 a quantidade de idosos vai superar a de crianças e adolescentes de até 14 anos. Os dados do IBGE mostram que a expectativa de vida aumentou 30,3 anos de 1940 a 2016, passando de 45,5 anos para 75,8 anos.
Esse aumento da expectativa de vida vem na contramão das políticas voltadas a pessoa idosa e a falta de conscientização da própria família. Segundo UNFPA, a responsabilidade pelo bem-estar dos idosos é da família, Estado e sociedade.
O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, vinculado à Fundação Getúlio Vargas, elencou em 2017 as principais cidades do Brasil onde é possível envelhecer mais dignamente. No topo do ranking das cidades grandes, está Santos, em São Paulo, seguida por Florianópolis e Porto Alegre. Cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação e cultura foram alguns dos indicadores avaliados.
Já São Paulo foi considerado o estado mais violento do País para a população idosa. Nos dados do Ministério dos Direitos Humanos, colhidos por meio do Disque 100 em 2017, das 33 mil denúncias de abusos contra pessoas acima de 60 anos, São Paulo responde por 21,59% dessas denúncias. O estado que apresentou menos casos foi Roraima, com 0,07%. Entre as ocorrências, estão negligência e violência psicológica, física e sexual.
Esses números, no entanto, não refletiriam a realidade do País, que é ainda mais cruel para os idosos. É que números da Secretaria de Direitos Humanos não mostram o total de casos, pois estima-se que a maioria dos crimes não é denunciada por motivos como proximidade com o agressor e afetividade, medo e falta de conhecimento sobre os mecanismos de denúncia. (Tina Santos)