Correio de Carajás

Sem recursos, família sonha com cobertura digna para sua casa

Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia Entrar nela, não Porque na casa Não tinha chão”.

A música de Toquinho e Vinícius de Moraes é um retrato quase fiel da casa de Suelbia Beserra Ferreira, de 29 anos. A obra ainda está inacabada e o teto foi improvisado com palha de coco babaçu, que não impede goteiras por todos os lados. As paredes são de madeira que ganhou ali por perto e o chão não tem previsão de ver cimento e nem sonha com cerâmica ou porcelanato.

Como não tinha dinheiro para comprar um terreno e nem condições de construir uma casa na cidade, ela resolveu fazer reforma agrária na minúscula propriedade rural da mãe, para onde mudou-se com o marido, quatro filhos e uma neta.

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A mãe é Antônia da França Bezerra, de 50 anos de idade, que morava aqui na cidade de Marabá, mas mudou-se para a Vicinal 10 de São João do Araguaia. Em verdade, bem mais perto de Marabá do que da sede do município vizinho. Ela comprou uma terra com quatro linhas (10.000 metros quadrados) e, aos poucos, está levando os filhos com seus rebentos. Cada um vai construindo seu barraco como pode e se ajudam mutuamente, dentro do que podem.

Por enquanto, estão aninhados por lá Antônia e dois filhos, cada um com sua família. Suelbia cuida dos filhos, enquanto o marido, José da Silva, cultiva uma pequena horta e vende o que produz em feira de Marabá. A receita diária não chega a R$ 40,00, mas todos reconhecem seu esforço no trabalho.

Antônia e o marido Renalton com as primeiras contribuições que receberam

A escadinha de Suelbia se conta assim: a mais velha com 13 anos, outra com 8, um rapazinho com cinco e uma mocinha com um ano e sete meses. Mas tem também uma neta com apenas três meses de vida. Todos eles precisam de roupas, alimentos e, por que não brinquedos?

Quando a reportagem perguntou qual seu maior sonho, Suelbia não pensou duas vezes: “A gente sempre quer o melhor para os filhos, mas a carência maior no momento é cobrir a minha casinha porque quando chove tá molhado muito”.

Suelbia, o marido Zé e dois dos quatro filhos que sonham com casa digna

Depois, com mais insistência, anotou as carências dos filhos, como roupas e até mesmo alimentos. Ela disse que os meninos em idade escolar estudam, mas em tempos de pandemia, acabam ficando em casa em tempo integral. Precisam de mais alimentos e tempo dedicado pela mãe.

O marido se vira como pode. Além da mini-horta – com pouca diversidade de produtos – ele também faz pequenos trabalhos em propriedades rurais da região.

A pequena horta é a principal fonte de renda da família, que vive em uma pequena propriedade de 4 linhas

Chegar à casinha da família para ajudar não é difícil como parece. Na BR-230, em direção a São João do Araguaia, o motorista entra à esquerda, em frente à entrada para a Vila Ponta de Pedras. Segue pela Vicinal 10 por cerca de dois quilômetros e já chega à pequena e humilde propriedade da família.

Para entrar em contato com Suelbia, o leitor pode ligar para o número 94-99263-9838. Também pode entrar em contato com Renalton, esposo de Antônia, pelo número 94-98422-4969. (Ulisses Pompeu)