O verão chegou e trouxe com ele um calor muito maior do que em outros períodos. Em tempos de pandemia, a recomendação é ficar em casa e manter o distanciamento social, mas quem aguenta ficar dentro de casa com dois rios banhando a cidade?
A Praia do Tucunaré, localizada em frente a cidade de Marabá, é o point preferido de quem quer aproveitar as belezas naturais e fugir do calor que tem assolado o verão amazônico.
Na última semana, representantes dos órgãos de segurança do Estado e município se reuniram na Secretaria Municipal de Segurança Institucional de Marabá (SMSI) para definir as estratégias que serão tomadas na Operação Veraneio 2021, diante do enfrentamento à pandemia da covid-19.
Leia mais:De acordo com Jair Guimarães, titular da SMSI, as praias ficarão fechadas para o acesso – a proibição está valendo desde o decreto nº 165, de 19 de fevereiro de 2021 – e será montada uma estrutura nas areias para dar suporte aos agentes que trabalharão tanto no rio quanto na praia.
“A ação tem o intuito de reduzir os casos de crimes, uso de bebidas alcoólicas em locais proibidos e evitar aglomerações”, explica o secretário.
A Polícia Militar informa que já vem utilizando uma lancha para fazer o patrulhamento dos rios da região. “A lancha foi entregue na última visita do governador Helder Barbalho a Marabá. Este ano ela será um reforço. Além disso, estamos com um efetivo para acompanhar as ações de apoio nas fiscalizações da Semma e do Departamento Municipal de Trânsito Urbano (DMTU)”, explica coronel Benedito Sabbá, comandante do CPR II.
Barracas na praia
Até agora, nem sinal das barracas da Terezinha e do Pedro do Flamengo – as mais antigas e conhecidas – nas areias da Praia do Tucunaré.
O CORREIO entrou em contato com Daniel Soares, da Divisão de Vigilância Sanitária de Marabá, para saber o que o município está planejando para esse período.
Ele informou que ainda está sendo analisado o quadro epidemiológico para, assim, deliberar sobre o assunto. Ou seja, até agora nada liberado e nada proibido.
Barqueiros
Do outro lado, os barqueiros estão vendo o movimento na praia aumentar, mesmo que de forma mais moderada, já que as barracas dos restaurantes ainda não foram montadas.
José Carlos Oliveira Rodrigues, conhecido como Zé de Bina, trabalha há mais de 10 anos no translado do Rio Tocantins.
Ele explica que desde maio, quando as praias começaram a aparecer, os barqueiros estão trabalhando bastante aos finais de semana, haja vista que não está tendo nenhum tipo de fiscalização.
“Nós precisamos dessa praia. Gostaria de saber o que o prefeito vai fazer com a gente. Se não tiver barracas este ano, como é que vamos fazer?”, questiona Zé.
Como não está havendo nenhum impedimento para que trabalhem, Zé explica que torce para que as barracas sejam liberadas, pois assim melhora o movimento dos barqueiros que fazem parte das três associações que atuam na travessia para a praia.
Outro barqueiro encontrado na Orla Sebastião Miranda na manhã desta terça-feira foi Carlos Augusto Conceição. Para ele, é muito importante que as autoridades liberem as barracas para funcionarem na praia.
“É o nosso sustento. Muita gente aproveita o verão para trabalhar e ganhar dinheiro. Mesmo sem barracas, o movimento está bom. Domingo passado acho que fiz mais de dez travessias. As pessoas estão fugindo do calor e procuram as praias”, finaliza. (Ana Mangas, com informações de Zeus Bandeira)