Com as chuvas que caíram nos últimos dias na região, as águas dos rios Itacaiúnas e Tocantins começaram a subir e acionaram o alerta de quem vive às margens e, consequentemente, da Defesa Civil do município. Na Vila Canaã, conhecida como Vila do Rato, no Núcleo Marabá Pioneira, já há pessoas desabrigadas. Nesta sexta-feira, dia 8, Cleber da Silva Barroso, conhecido como Jacaré, já não sabia como passaria a noite, já que a residência dele foi tomada pela água.
Ele disse ter procurado a coordenadoria da Defesa Civil e foi informado que uma equipe iria ao local neste sábado (9). “Eu tô lascado, já não tenho mais nada e agora como vou ficar aí? Fiz cadastro na Defesa Civil e falaram que amanhã (sábado) viriam aqui, mas que amanhã? Tô com a casa cheia de água”, reclamou.
No final da tarde desta sexta, a régua instalada no Rio Tocantins marcava 8,70 metros. Segundo o coordenador de Defesa Civil, Jairo Milhomem, o abrigo localizado na entrada da Marabá Pioneira já está sendo limpo para abrigar famílias que forem atingidas pela cheia.
Leia mais:“O nível acima de 8 metros é considerado alerta. Nas últimas 24 horas, as águas subiram 10 centímetros e cada centímetro agora é significante. Nossa cota é 10 metros, segundo a Lei Orgânica do Município. Tendo em vista que vários moradores vão para dentro do rio, não é o rio que avança, são eles que vão para dentro do rio, já estamos com nosso plano de contingência em período de alerta porque ainda não chegamos na cota”, afirmou.
No ano passado, destaca, o rio subiu quatro metros em apenas cindo dias. “Foi muito rápido e pode baixar rápido ou aumentar rápido, vamos torcer para que baixe para ninguém precisar sair de casas”. Em 2018, o rio chegou a 11,99 metros e 3.223 famílias foram atendidas pela Defesa Civil.
MEDO
Percebendo que os rios estão enchendo e preocupados com a situação nos próximos dias, moradores de áreas alagadiças começaram a procurar o abrigo para demarcar os locais onde deverão ficar caso sejam desabrigados. É o caso de Lorraine da Silva Barros, moradora da Travessa São Pedro, no Bairro Santa Rosa, que esteve no local na tarde desta sexta.
“A água já está chegando nas casas e já procurei o abrigo para marcar o lugar, já está marcado por todo mundo. Acho que na outra semana devemos sair”, afirma, acrescentando que sete pessoas vivem na casa dela. A vizinha, Raquel Adriana, também se adiantou. Na residência dela vivem quatro pessoas. “Começa a chover e a gente já fica preocupada porque a água entra e sobe rápido. Todo ano, desde que nasci, é desse jeito”, observa.
Ontem à noite a nossa Redação recebeu notícia de que moradores da Rua Salvador no Bairro da Paz, também já estavam de mudança, com o avanço do Rio Itacaiúnas. (Luciana Marschall com informações de Evangelista Rocha)