O Rio Tocantins estava ontem em 8,85 metros acima do nível normal nesta segunda-feira, enquanto algumas famílias cuidavam em suas mudanças por conta própria de áreas nos bairros Independência e Da Paz, já expulsos pelo Rio Itacaiúnas, que transbordou desde a última sexta-feira, como anunciado pelo CORREIO. Segundo o Boletim de Níveis e Vazões da Eletronorte, o nível deve continuar estável, com pequena variação, chegando a 8,90 no dia 14.
A Eletronorte, no entanto, faz a projeção levando em conta apenas o controle que promove da vazão nos vertedouros da barragem, na Hidrelétrica de Tucuruí. Os números não levam em conta as previsões do tempo e chuva não tem faltado em toda essa região do País.
No final da tarde de sexta-feira, a régua instalada no Rio Tocantins marcava 8,70 metros. Segundo o coordenador de Defesa Civil, Jairo Milhomem, o abrigo localizado na entrada da Marabá Pioneira já estava sendo limpo para abrigar famílias que forem atingidas pela cheia. Pouco avanço foi percebido desde então.
Leia mais:“O nível acima de 8 metros é considerado alerta. Nas últimas 24 horas, as águas subiram 10 centímetros e cada centímetro agora é significante. Nossa cota é 10 metros, segundo a Lei Orgânica do Município. Tendo em vista que vários moradores vão para dentro do rio, não é o rio que avança, são eles que vão para dentro do rio, já estamos com nosso plano de contingência em período de alerta porque ainda não chegamos na cota”, afirmou.
No ano passado, destaca, o rio subiu quatro metros em apenas cindo dias. “Foi muito rápido e pode baixar rápido ou aumentar rápido, vamos torcer para que baixe para ninguém precisar sair de casas”. Em 2018, o rio chegou a 11,99 metros e 3.223 famílias foram atendidas pela Defesa Civil.
MEDO
Percebendo que os rios estão enchendo e preocupados com a situação nos próximos dias, moradores de áreas alagadiças começaram a procurar o abrigo para demarcar os locais onde deverão ficar caso sejam desabrigados. É o caso de Lorraine da Silva Barros, moradora da Travessa São Pedro, no Bairro Santa Rosa, que esteve no local na tarde desta sexta.
“A água já está chegando nas casas e já procurei o abrigo para marcar o lugar, já está marcado por todo mundo. Acho que na outra semana devemos sair”, afirma, acrescentando que sete pessoas vivem na casa dela. A vizinha, Raquel Adriana, também se adiantou. Na residência dela vivem quatro pessoas. “Começa a chover e a gente já fica preocupada porque a água entra e sobe rápido. Todo ano, desde que nasci, é desse jeito”, observa. (Da Redação)