O inverno amazônico tem trazido consequências climáticas à população da região de Carajás. Em Parauapebas, o rio que nomeia a cidade se encontra, nesta segunda-feira (3), na marca dos 8,29 metros, quase quatro metros acima do projetado para o período pela Defesa Civil municipal.
O órgão de segurança institucional informou ao Portal Correio de Carajás que mais de cem pessoas foram desalojadas por conta de enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais, além dos que foram retirados de suas casas por ocuparem zonas de alto risco.
Em entrevista exclusiva ao Correio de Carajás, nesta segunda, o coordenador Municipal de Defesa Civil (Comdec) Jailson Sousa apresentou um panorama da atual situação de Parauapebas em respeito aos riscos ambientais causados pelas fortes chuvas.
Leia mais:O representante da Defesa Civil apontou locais da zona rural, como Palmares II (onde parte da estrada de acesso à vila se rompeu no fim de semana) e Cedere como aqueles que foram atingidos mais severamente.
Jailson explica que o atual regime de chuvas não está sendo mais intenso só em Parauapebas ou na região de Carajás, mas no país todo. “Não é um problema especial nosso; não somos só nós que estamos sofrendo, mas temos o nosso diferencial ao trabalhar preventivamente”, disse o coordenador, apontando novos estudos para o período a seguir e relembrando o Plano de Contingência, elaborado para mitigar os efeitos de desastres naturais.
O representante da Defesa Civil informou que o município tem um abrigo pronto para receber aqueles que forem obrigados a deixar suas casas, estruturado na Escola Estadual de Ensino Médio Eduardo Angelim, no Bairro Rio Verde.
Ainda assim, ele aponta que a centena de pessoas que tiveram que sair são classificadas como desalojadas – saíram de sua casa própria, mas têm onde ficar, com parentes ou amigos – e não desabrigadas, o que ainda não ocasionou em uso da estrutura de acolhimento.
Falando sobre o futuro próximo, Jailson teme que a tendência seja de o Rio Parauapebas continuar a subir. “Na sexta-feira [31], tivemos 129 milímetros de chuva; como eu falei, é muito acima do esperado para todo o Brasil. Infelizmente a tendência é continuar aumentando, mas estamos trabalhando em novas projeções para prevenir situações”, afirmou o coordenador, agradecendo não ter sido registrada morte decorrente de enchentes ou deslizamentos.
E por falar nos deslizamentos, Jailson comenta que as ações paliativas da Defesa Civil nesse sentido já estão sendo realizadas desde o início de dezembro, e que os moradores de áreas de risco já foram realocados. “Foram mais de cem chamados por deslizamento e risco de deslizamento nesta virada de ano, mas felizmente apenas perdas materiais”, comemorou o coordenador.
Jailson finaliza a entrevista endereçando-se à população: “Se houver uma situação de risco, entre em contato com a Defesa Civil. Se perceber fissuras na estrutura da casa, coisas do tipo, podem nos chamar. Temos um corpo técnico bem qualificado, avaliaremos a condição e seremos responsáveis por medidas de prevenção” diz ele, colocando à disposição o número de alerta da Defesa Civil, aberto 24h: (94) 3356-2597 ou 199, além do Corpo de Bombeiros: (94) 3356-4010 ou 190. (Juliano Corrêa)