A forte chuva que castigou Parauapebas no final da tarde de ontem, quinta-feira, mobilizou quase todo o contingente do 23º Grupamento do Corpo de Bombeiros (23ºGBM). Até bombeiros que estavam de folga se voluntariaram para ajudar no resgate das vítimas, que ficaram isoladas em ruas, dentro de casa e em lojas do setor comercial do Bairro Rio Verde.
De acordo com o segundo sargento Anderson de Sousa, a chuva começou a cair por volta de 16 horas e a partir das 16h40 a corporação começou a receber pedido de socorro. “Nós saímos para rua e não retornamos mais à base, porque os atendimentos eram um em cima do outro”, informou.
Ele destaca que um dos atendimentos mais dramáticos foi p de uma mulher, que estava em uma clínica no Bairro Rio Verde. A mulher, que há poucos dias que deu à luz, de parto cesáreo, ficou ilhada, com o bebê, na porta da clínica.
Leia mais:“Tivemos que solicitar nossa viatura mais alta do quartel, porque as ruas estavam alagadas, e levamos um bote, com o qual fizemos o resgate da mulher e do bebê. Essa viatura e nós ficamos no bairro até por volta de 22 horas. Era muita gente ilhada”, relatou o sargento, frisando que em algumas ruas a água da chuva chegou a atingir até 1,20 metros de profundidade.
O bombeiro detalha que em muitas lojas funcionários ficaram isolados e entraram em pânico porque a água começou a subir rápido e atingir tomadas, ameaçando também atingir registros de energia. O medo era de descarga elétrica.
Ainda de acordo com o sargento, o maior número de atendimento foi na área do Rio Verde, mas em toda cidade aconteceram ocorrências, que foram difíceis de atender, devido ao caos que ficou o trânsito por conta das ruas alagadas. “Foi uma ação muito complicada, por causa da situação caótica em que ficou trânsito. Tinha gente seguindo na contramão, para fugir dos alagamentos”, relatou.
De acordo com o sargento, diante da situação, bombeiros que estavam de folga foram para o quartel ajudar nos resgates. Ele conta que está em Parauapebas desde 2003 e é a primeira vez que viu uma chuva tão forte e em tão pouco tempo causando os danos que causou.
No entanto, o que mais chamou a atenção dele foi a grande quantidade de lixo nas ruas. “Eu acredito que isso contribuiu para o acúmulo de água nas ruas, porque esse lixo entope os bueiros e dificulta o escoamento da água”, ressalta o sargento, ressaltando a necessidade da própria população evitar jogar lixo nas ruas. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)