Correio de Carajás

Relacionamentos ruins são tão nocivos à saúde quanto fumar, diz estudo

Pesquisa da Universidade de Queensland mostra que a qualidade de todos os tipos de relacionamentos deve ser observada como um fator de risco

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Ter relacionamentos ruins, seja com um parceiro, amigos ou colegas de trabalho, é tão prejudicial à saúde quanto ter um estilo de vida não saudável, ser fumante ou obeso, segundo mostra um estudo publicado na edição de fevereiro da revista General Psychiatry.

Os pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram que as mulheres de meia-idade que não conseguem ter conexões sociais satisfatórias correm maior risco de desenvolver condições crônicas de saúde anos depois.

Para chegar à conclusão, os cientistas acompanharam ao longo de duas décadas a evolução da saúde de 7.694 mulheres australianas saudáveis, com idades entre 45 e 50 anos.

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No início do levantamento, nenhuma delas tinha diagnóstico para condições comuns de longo prazo, como depressão, ansiedade, diabetes, pressão alta, doenças cardíacas, derrame, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, osteoporose, artrite ou câncer.

A cada três anos, as participantes deveriam responder quão satisfeitas estavam nos relacionamentos com seus parceiros amorosos, familiares, amigos e colegas de trabalho. Enquanto isso, os pesquisadores rastreavam o surgimento das doenças listadas.

Aproximadamente seis em cada dez mulheres (58%) desenvolveram mais de uma das condições. O risco de desenvolver múltiplas doenças foi duas vezes maior entre as que relataram menor nível de satisfação com as relações sociais em comparação às mais satisfeitas.

Fatores de risco bem estabelecidos, como posição socioeconômica, estilo de vida e menopausa, juntos, foram responsáveis por menos de um quinto das chances de desenvolver as condições de longo prazo, de acordo com os pesquisadores.

Os resultados mostraram que todos os tipos de relacionamento são igualmente importantes para a saúde na velhice e a qualidade deles deve ser tratada como um fator de risco.

Os cientistas da Universidade de Queensland acreditam que as descobertas têm implicações significativas para o gerenciamento e intervenção de doenças crônicas a nível individual, comunitário, nacional e global.

“Essas implicações podem ajudar a aconselhar as mulheres sobre os benefícios de iniciar ou manter relações sociais diversificadas e de alta qualidade durante a meia-idade e o início da velhice”, escreveram os autores do estudo em um comunicado.

(Fonte: Metrópoles)