Correio de Carajás

Reconhecido: corpo encontrado em Jacundá é de Flávia Alves

Flávia Alves Bezerra, de 26 anos, está realmente morta. O corpo encontrado em cova rasa na área rural de Jacundá na noite desta quinta-feira (25) é da tatuadora, segundo reconheceram os familiares ao longo da madrugada. Foram exatos 10 dias de agonia à procura de respostas sobre o sumiço dela. Foi fundamental para a localização, o depoimento de um dos envolvidos na ocultação do cadáver.

A Superintendência de Polícia Civil em Marabá convocou para logo mais às 9 horas desta sexta-feira (26) uma entrevista coletiva para o resultado da operação Anástasis, nome dado à ação para desvendar o crime. Vão participar da entrevista os delegados Simone, Leandro e Walter, este último presidente do inquérito.

A grande expectativa é de que eles possam responder se os principais suspeitos: William Araújo Sousa e a esposa Deidyelle Oliveira Alves já assumem participação e se revelaram a motivação.

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ENTENDA

A Polícia Civil foi levada ao local, na zona rural de Jacundá, por um terceiro envolvido no crime. O perímetro em questão foi mantido preservado pelas autoridades até a chagada do IML que partiu de Marabá, para evitar a presença de curiosos e movimentação que contaminasse a cena, onde claramente havia uma cova rasa.

O caso começou a se resolver nesta quinta-feira (25), com a prisão de William Araújo Sousa, tido como principal suspeito do possível assassinato e, mais tarde, da esposa deste, Deidyelle Oliveira Alves, que estava na casa de familiares, em Tucuruí.

O achado confere com a movimentação do casal, uma vez que na semana passada Will viajou de carro com a mulher para Tucuruí, via PA-150, ou seja, passando por Jacundá. Deidielly ficou com a família e o tatuador retornou a Marabá já nesta semana.

ADVOGADO DEIXA O CASO

Will, como o tatuador é conhecido, permanece sem assumir que Flávia esteja morta e que tenha alguma relação com o crime. Na noite desta quinta o Correio apurou que o advogado Phillipe Barbalho decidiu não mais representá-lo, o que será comunicado a ele nesta sexta-feira.

ENTENDA

Flávia Alves Bezerra está desaparecida desde o último dia 15 de abril, quando esteve em um bar da Folha 32, da Nova Marabá. Ela deixou o local no carro de William Araújo Sousa, o que também é evidenciado por imagens de câmera de segurança. Apenas no dia 17 o desaparecimento foi oficialmente registrado, da parte da família.

A polícia também triangulou o sinal do celular da mulher e o mapeamento mostra que o aparelho esteve na área do prédio onde Will e a esposa residem.

PRISÃO

Conforme as investigações avançaram, o caso saiu da esfera da Deam para a Delegacia de Homicídios, assim como a Justiça acatou o pedido de prisão de Will. Ele estava reunido com seus então advogados, quando soube do mandado e foi buscado pelos policiais.

Segundo o documento, o tatuador está sendo investigado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, quando uma pessoa causa a morte de outra de forma intencional e sob circunstâncias especiais que agravam o crime, como, por exemplo, uso de meios que impossibilitam a defesa da vítima, motivo fútil, pagamento ou promessa de recompensa, entre outros casos previstos em lei (Lei 2848, art. 121, § 2º).

No mandado também consta que a prisão deve durar 30 dias a partir do momento em que o acusado for recolhido. Depois desse tempo, se não for renovado o prazo ou o mandado não for convertido em preventivo, Will deverá ser solto.

(Da Redação)