Correio de Carajás

Recém-nascida de apenas dois dias é jogada em cesto de lixo

Recém-nascida de apenas dois dias é jogada em cesto de lixo

Uma recém-nascida com dois de vida foi encontrada hoje, quarta-feira (18), dentro de um cesto de lixo na Rua Claudio Coutinho, Bairro Guanabara, em Parauapebas. Uma pessoa passava pelo local e ouviu o choro da criança, acionando em seguida as forças policiais. A bebê foi encaminhada ao Hospital Geral, onde recebeu atendimento.

Em pouco tempo, a Polícia Civil conseguiu chegar à mãe da menina, de 25 anos, que está neste momento sendo ouvida na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil. O diretor, delegado Gabriel Henrique Alves, informou que ela não será autuada em flagrante porque deve ser submetida a exame clínico que possa detectar se agiu influenciada pelo estado puerperal. 

Trata-se de uma alteração psíquica impulsionada pelo parto, capaz de mover a mulher a matar o próprio filho logo após dar à luz. O Artigo 123 do Código Penal prevê pena de detenção de dois a seis anos para o crime nestas condições. Por este motivo, deverá ser instaurado um inquérito por portaria pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), conforme informou o delegado.

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Segundo Gabriel Henrique, assim que a Polícia Civil foi informada do ocorrido, a equipe passou a realizar diligências em hospitais, onde solicitou os cadastros de pessoas que tiveram filhos nos últimos 10 dias. “Passamos a procurar o endereço dela porque o informado no cadastro oficial era falso. Tivemos de três a quatro endereços cotados e logramos êxito já no segundo”, relatou.

Ainda de acordo com ele, a mulher foi encontrada deitada na cama. “Perguntei sobre o bebê e ela já foi dizendo que não tinha bebe nenhum, que não tinha dado à luz. Conduzi ela para a delegacia e durante o trajeto ela se arrependeu e confessou que é sozinha, não sabe quem é o pai da criança e por essas razões abandonou a criança no cesto de lixo, a fim de que outra família criasse a criança”, relatou.

O delegado acrescentou que a mulher informou desconhecer que poderia pedir ajuda ao Conselho Tutelar, Assistência Social ou Poder Judiciário caso tivesse interesse em disponibilizar a filha para adoção. “A gente percebe que precisa ser feita uma avaliação médica e quem constata o estado puerperal é o profissional da área da Medicina”, sintetizou.

A criança, finalizou, será encaminhada a um abrigo e deverá passar para a fila de adoção. O Correio de Carajás aguarda informações sobre o estado de saúde da recém-nascida, solicitadas à assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)