Correio de Carajás

Quebradeiras de Coco Babaçu querem visibilidade

Representantes do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu estiveram na sede do Grupo Correio de Comunicação, em Marabá, nesta segunda-feira (24), para apelar pela atenção dos governos municipais e estadual. Elas pedem por reconhecimento e mais apoio dos governantes paraenses, para que possam investir mais na profissão que desenvolvem.

“Hoje, é uma data comemorativa nos estados do Tocantins, Piauí e Maranhão, onde os governos estaduais já aceitaram como um dia livre para que as quebradeiras possam fazer suas manifestações. E o Pará ainda não reconheceu essa data”, afirma Cledeneusa Maria Bezerra Oliveira, coordenadora regional do movimento, se referindo ao Dia Estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu.

Segundo ela, as quebradeiras estão presentes nos municípios de Brejo Grande do Araguaia, Palestina do Pará, São João e São Domingos do Araguaia. “Nós temos cadastradas no movimento 72 quebradeiras de coco. E tem várias mulheres que ainda não são cadastradas. Nós temos renda, produtos e que é a sobrevivência de muitas famílias de baixa renda”, ressalta.

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Cledeneusa lamenta que os governos estaduais e municipais não ofertem nenhum apoio, como crédito às quebradeiras de coco, para que elas possam desenvolver o trabalho com mais dignidade. “Ainda no Pará não temos essas oportunidades. Já batemos em algumas portas, mas não sentimos disposição para nos atender. Então, a gente vive da venda do produto na feira, de casa em casa”, relatou, pedindo ajuda também pela preservação das florestas de babaçu.

Movimento

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins possui hoje mais de 300 mil mulheres e mais de 25 anos de existência. Ele surgiu em a partir do primeiro Encontro Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, em São Luís, em 1991, resultando na criação da Articulação das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu. Enquanto em 1995, no II Encontro Interestadual, o nome da instituição mudou para Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB.

Nathália Viegas