Correio de Carajás

Promotoria manda para a ANS reportagem do Correio sobre Unimed Fama

Ministério Público Estadual também exigiu explicações à operadora de plano de saúde na região sobre conteúdo da notícia

Na última sexta-feira, 16, o CORREIO divulgou uma reportagem sobre as diversas denúncias que recaem todos os dias sobre a Unimed Fama e o péssimo atendimento prestado em Marabá.

Com a repercussão da matéria, a promotora de Justiça, Aline Tavares Moreira, enviou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a reportagem do Correio com o objetivo de que sejam adotadas providências para resguardar o interesse coletivo do consumidor.

Somente na rede social Instagram, a publicação teve mais de 150 comentários e mais de 770 compartilhamentos.

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Dentre as diversas postagens, muita gente reclama do descaso e do caos que se instalou na cidade com a chegada da Unimed Fama.

Além disso, como não existe mais atendimento presencial, qualquer dúvida ou questionamento com a operadora de plano de saúde deve ser feita através do 0800. O que também gera muita reclamação.

“Um enorme descaso e desrespeito com os clientes. Algo precisa ser feito”, disse uma seguidora.

O órgão ministerial solicitou (mais uma vez) que a Unimed Fama adote providências sobre o fechamento do escritório, ponto de atendimento presencial localizado na Rua Sol Poente, no Núcleo Cidade Nova.

A empresa tem um prazo de dez dias para enviar informações sobre a falta de funcionários no escritório local.

A reportagem do CORREIO descobriu que, na última sexta-feira, 16 de junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou uma lista de planos de saúde que terão a venda temporariamente suspensa devido a reclamações relacionadas à cobertura assistencial. E advinha quem está lá? A Federação das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, da qual faz parte da Unimed Fama.

Nesta segunda-feira, 19, o presidente da Unimed Fama, Manoel Licarião, ligou para a Redação do Portal Correio de Carajás para fazer esclarecimentos. Ele alegou que a  maioria dos pacientes que reclamam de falta de atendimento está relacionado a TEA (Transtorno do Espectro Autista), o que também levou à suspensão da comercialização do plano, por determinação da ANS.

“Na verdade, essa suspensão se dá por conta do Espectro Autista, uma vez que o custo do tratamento autista é abusivo quando em clínicas particulares, contra os planos de saúde. Só haverá equilíbrio, quando o plano montar sua própria estrutura, o que deve ocorrer em breve em Marabá”, garante o presidente.

A medida da ANS em suspender este e outros 30 planos de saúde no País, faz parte do Monitoramento da Garantia de Atendimento, que acompanha regularmente o desempenho do setor e atua na proteção dos consumidores. Nesse ciclo, a ANS determinou a suspensão de 31 planos de nove operadoras devido a reclamações efetuadas no 1º trimestre de 2023.

A proibição da venda começa a valer no dia 23 de julho, sexta-feira. “Ao todo, 407.637 beneficiários ficam protegidos com a medida, já que esses planos só poderão voltar a ser comercializados para novos clientes se as operadoras apresentarem melhora no resultado do monitoramento”, afirmou o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli.

A Unimed Fama chegou a se pronunciar em nota enviada à Redação do CORREIO após a veiculação da primeira reportagem, afirmando que tem procurado tratar os problemas de atendimento, assim como todo o setor de saúde suplementar.

Eles também afirmam que ao longo dos últimos anos houve diversos investimentos e esforços nas praças em que a Unimed Fama opera, buscando a ampliação e melhor atendimento dos beneficiários, visando a não interrupção dos serviços ofertados. (Ana Mangas e Ulisses Pompeu)