Correio de Carajás

Projeto vai ampliar conhecimento sobre bactérias em cavernas de ferro da região

Um projeto sobre bactérias em cavernas ferríferas, coordenado por uma professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), está entre os selecionados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento em Sustentabilidade (IABS).

De acordo com a UNIOESTE, a docente Drª. Fabiana Gisele da Silva Pinto, do Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, irá analisar a diversidade e potencial biotecnológico bacteriana de cavernas ferríferas na Serra da Bocaina do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, no município de Canaã dos Carajás. O referido parque detém o maior número de cavidades naturais subterrâneas ferruginosas conhecidas do Brasil.

Serão 36 meses para a execução do trabalho, que fará parte do projeto de mestrado da marabaense Brenda Almeida, em parceria com o Grupo Espeleológico de Marabá (GEM), que prospectou a maior parte das cavernas catalogadas da região de Carajás, coordenado pelo mestre Rafael Scherer, e do Instituto Tecnológico Vale (ITV/DS) que irá auxiliar nos estudos genômicos com o Dr. José Augusto Bitencourt.

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Além disso, o projeto tem como colaboradores o Dr. Affonso Celso Gonçalves Jr (UNIOESTE) e Dr. Ulisses Brigatto Albino (UNIFESSPA).

A ação ocorre após um Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica, celebrado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Vale S.A. O objetivo do edital era acolher propostas voltadas a pesquisas científicas na região e ao todo foram selecionados apenas 8 projetos para fomento.

Segundo a mestranda Brenda Almeida, as cavernas ferríferas são pouco conhecidas, principalmente a ecologia de comunidades microbianas, onde estes constituem a maior parte da biodiversidade da caverna e desempenham papel fundamental na manutenção do ecossistema cavernícola.

“O conhecimento sobre microrganismos cavernícolas no Brasil e mais especificamente das cavernas ferríferas dos Campos Ferruginosos, a respeito de sua plasticidade metabólica e/ou potencial biotecnológico são escassos. Esse tipo de pesquisa é relevante para obtenção de conhecimento mais abrangente sobre a taxonomia e diversidade microbiana com presença de metais como o ferro e futuras aplicações biotecnológicas desses microrganismos”, complementa.