Correio de Carajás

Projeto arrecada absorventes e ajuda a combater pobreza menstrual em Marabá

O “Adote um ciclo” auxilia cerca de 80 mulheres mensalmente em situação de vulnerabilidade

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no Brasil cerca de 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não tem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais.

O termo “pobreza menstrual” é utilizado pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação.

Em Marabá, um grupo de trabalhadores voluntários da Sociedade Espírita Cristã Casa do Caminho desenvolveu o “Projeto Adote um Ciclo”, que visa auxiliar mulheres que não têm acesso ao absorvente descartável.

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“Nossa campanha é simples. Começou para apoiar as jovens e senhoras da Folha 33 que são atendidas pela evangelização infantil da Casa. Contudo, nossa campanha teve um alcance que nos surpreendeu. Arrecademos muitas caixas de absorventes e, então, compartilhamos com outras duas casas espíritas, a Renascer, que fica no Bairro Amapá, e o Lar de Eurípides, localizado no Laranjeiras”, explica Lídia Mangas, coordenadora da campanha.

Ela conta que a equipe da evangelização percebeu que em certos períodos as jovens faltavam às aulas. Ao ir atrás, descobriu que o motivo era um: período menstrual. Durante conversas com as jovens – e as senhoras que vão levar seus filhos – elas relataram que a falta de absorventes é comum.

 

Se cada um puder comprar um pacote de absorvente todo mês e nos doar, vai ajudar muito. Por isso o nome da campanha, adote um ciclo”, diz Lídia Mangas – Imagem: TV Correio

“Nossos estoques estão baixos. Pedimos a colaboração das pessoas para nos ajudarem a dar o mínimo de dignidade à essas mulheres. Nossa distribuição acontece mensalmente nos três bairros, por isso precisamos da colaboração de mais pessoas. Se cada um puder comprar um pacote de absorvente todo mês e nos doar, vai ajudar muito. Por isso o nome da campanha, adote um ciclo”, pede Lídia.

CICLO MENSTRUAL
De acordo com Luma Carolyne, ginecologista e obstetra, durante a adolescência muitas meninas não recebem educação sobre o ciclo menstrual e o período reprodutivo. “Muitas não sabem que já vão menstruar, não sabem responder se o ciclo é regular. Seria muito bom se todas as jovens que estão iniciando esse período pudessem ter um acompanhamento com profissionais e fossem esclarecidas todas as dúvidas. Mas, sabemos que isso não acontece. Então, nas primeiras menstruações o ciclo é irregular e acabam sendo pegas de surpresas, passando por algum constrangimento em lugar público”, comenta a profissional.

Médica ginecologista ressalta sobre a importância da educação menstrual para as jovens – Imagem: TV Correio

COMO AJUDAR?
As doações podem ser deixadas na Casa do Caminho, localizada na Folha 32, Quadra, Lote 5, próximo a Clínica Potiguar, na Nova Marabá. Ou então, podem ser entregues na recepção do Grupo Correio de Comunicação, localizado na marginal da Rodovia Transamazônica, na Folha 33, Nova Marabá.

Mais informações 94 99250-3529 – Lidia Mangas

 

(Ana Mangas)