A pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a produção industrial de novembro teve variação negativa de 0,2% frente ao mês de outubro, somando seis meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 4%. Já em relação a novembro de 2020, houve recuo de 4,4%. No ano, a indústria acumula alta de 4,7% até novembro e, em doze meses, de 5%.
Apesar de acumular nos 11 meses de 2021 um avanço de 4,7%, a indústria continua cada vez mais distante do patamar pré-pandemia, mostram os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Para o gerente responsável pela pesquisa, André Macedo, a indústria ainda sente muitas dificuldades para se recuperar dos danos causados pela pandemia, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020. “Quando olhamos para o ano anterior, os resultados ao longo de 2021 são quase sempre positivos, pois a base de comparação é baixa, já que no início da pandemia a indústria chegou a interromper suas atividades, com o ano de 2020 fechando com um recuo de 4,5%. Porém, analisando mês a mês, observamos que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas”, avalia ele.
Leia mais:Macedo lembra que o setor ainda sofre os efeitos da pandemia mundial, que provocou o desabastecimento de alguns insumos e encareceu o custo da produção. “A indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, afirma o pesquisador.
Segmentos
O decréscimo de 0,2% na atividade industrial na passagem de outubro para novembro de 2021 foi acompanhado por apenas uma das quatro das grandes categorias econômicas e pouco menos da metade (12) dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos de borracha e de material plástico (-4,8%), que perderam toda a expansão acumulada (3,5%) nos meses de setembro e outubro, e metalurgia (-3,0%), que assinalou a terceira queda consecutiva acumulando perda de 7,7% no período.
Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos de metal (-2,7%), de bebidas (-2,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-4,5%) e de produtos diversos (-4,5%).
Por outro lado, entre as treze atividades que apontaram crescimento na produção, exerceram os principais impactos em novembro de 2021 os produtos alimentícios (6,8%), indústrias extrativas (5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (2,9%). As duas primeiras atividades voltaram a crescer após dois meses consecutivos de queda na produção, em que acumularam perdas de 7,3% e de 10,2%, respectivamente; e a última marcou o primeiro resultado positivo desde abril de 2021 (2,2%). (Correio do Povo)